Depois de conquistar o tão sonhado triciclo elétrico adaptado, o vendedor Tcharles Radetzki, 31 anos, precisa de outra ajuda: comprar quatro novas baterias – itens essenciais para o funcionamento do veículo – que custam, ao todo, R$ 2,5 mil. 

Tcharles é paraplégico há cinco anos. Em janeiro, algumas semanas após participar de uma reportagem no Diário Gaúcho, conseguiu reunir o valor que faltava para a aquisição da cadeira adaptada. À época, eram necessários R$ 2 mil. 

Conquista 

A adaptação do veículo representou uma transformação na qualidade de vida do morador do bairro Jardim Viamar, em Viamão. Como sua casa está localizada em uma lomba, dificultava a mobilidade com uma cadeira de rodas convencional. 

Agora, com o triciclo adaptado, houve uma facilidade na locomoção diária. Ao relatar a mudança, Tcharles destaca como o veículo proporcionou-lhe uma sensação de autonomia há muito desejada: 

– Agora não preciso mais me preocupar em chamar os vizinhos para me ajudar a chegar ou sair (de casa). O triciclo consegue andar pela lomba tranquilamente. 

Além disso, trouxe impactos positivos na vida familiar e profissional do vendedor. Diariamente, ele assume a responsabilidade de levar sua filha, Gabriela Marques, cinco anos, até a escolinha, situada a aproximadamente quatro quilômetros de sua residência. A possibilidade de compartilhar esses momentos diários de trajeto até a escola mostra a praticidade do veículo:

– Ela sempre vai comigo no triciclo. Gosto muito de acompanhar ela até a escola, sem a cadeira, não poderia fazer isso.

No âmbito profissional, a rotina de trabalho de Tcharles também teve melhorias significativas. Como vendedor de doces, suas entregas aos comerciantes da região central de Viamão eram anteriormente limitadas pelas dificuldades de locomoção. Agora, com o triciclo, pôde oferecer as entregas diárias, o que gerou um aumento nas vendas. 

Durabilidade 

O triciclo adaptado é movido a quatro baterias. No entanto, o material tem durabilidade de um ano. Passado esse prazo, é necessário comprar novas. 

– Em janeiro fecha um ano. Como uso todo dia, saio de manhã e volto só à noite, não aguentou tanto – explica. 

O veículo continua funcionando, mas o uso frequente acelerou o desgaste, fazendo com que não tenha o mesmo desempenho de antes. Ele conta que a cada cinco quilômetros rodados, precisa fazer uma parada para recarregar as baterias.

A dificuldade em manter a plena eficiência do triciclo adaptado compromete a regularidade das entregas dos doces, influenciando diretamente nas finanças do vendedor. O temor de possíveis danos ao veículo o leva a restringir as entregas, que passaram a ser feitas em apenas alguns dias na semana.

– Está difícil a renda em casa, não é a mesma de antes, porque não consigo levar meus doces aos clientes, já que a cadeira está com problema – lamenta.

COMO AJUDAR
/// Contribuições financeiras podem ser feitas pela chave Pix: (51) 98144-4271.

* Produção: Nikelly de Souza