Time de várzea do bairro Nossa Senhora das Graças, em Canoas, o Sport Club Oriente teve a sua sede, uma das principais fontes de renda do clube, devastada pelo temporal do dia 16 de janeiro. Na parte externa do espaço, galhos de uma árvore caíram sobre o campo, o antigo alambrado desabou e a cobertura da área destinada aos torcedores e ao armazenamento de troféus e artigos históricos veio abaixo. Do lado de dentro, em um espaço usado para eventos, forro e telhado cederam. O prejuízo estimado pela direção é de aproximadamente R$ 110 mil. 

– É um clube com 92 anos de idade, sem fins lucrativos. Não temos lucro com os jogos de futebol das competições que participamos. Fora algum patrocínio pontual, o aluguel dos espaços para eventos era que nos ajudava na arrecadação – conta o estudante de Direito Hector Hoffmann, 18 anos, membro do clube. 

Fechado 

Os estragos, aponta o presidente do Oriente, Jorge Augusto Correia da Silva, 58 anos, foram tamanhos que o clube precisou fechar as portas. E assim deve permanecer até que sejam obtidos os valores necessários para o restabelecimento de toda a estrutura. Ou seja, por tempo indeterminado. 

– Existe o risco de que uma telha ou mesmo o telhado inteiro desabe, já que algumas vigas de sustentação acabaram sendo arrancadas com a força do vento. Não há condições de segurança para receber ninguém, por enquanto – avalia. 

Com isso, o espaço, que antes era alugado para terceiros, deixa de ser uma alternativa de renda. E, assim, dois desafios acabam sendo impostos ao clube. O primeiro deles é arrecadar os valores necessários para a reconstrução. E o segundo é evitar que se percam os planos que estavam traçados para este ano. 

– Prejudica não apenas nossa rentabilidade, mas também todo o nosso planejamento anual, na parte financeira e desportiva – complementa Jorge. 

Para não perder tempo, Hector afirma que a comunidade do Oriente está se movimentando em diversas direções. Há uma tentativa de buscar apoio municipal, pelo peso histórico que a entidade tem na cidade. E, em outra via, uma vaquinha online foi aberta para arrecadar fundos. 

Com os recursos que obtiver, a direção do clube espera poder investir em materiais de construção e mão de obra.  

– Sempre tivemos uma atuação bastante voltada para o social. Ninguém aqui tem salário, são todos voluntários. Então, queremos retomar as atividades o quanto antes, porque o papel do futebol é esse, o de levar alegria e ajudar as pessoas – defende Hector. 

Planos robustos

Segundo Hector, no ano passado, o Sport Club Oriente participou de apenas uma competição de futebol amador em Canoas. O campeonato era destinado a atletas sênior – com mais de 50 anos. 

E apesar de, no passado, terem ocorrido tentativas, atualmente, não há um time oficial em qualquer categoria. O plano para 2024 era voltar a concentrar esforços neste projeto, o de investir em uma equipe competitiva para disputar os torneios. 

– A ideia era nos dedicarmos a um trabalho mais robusto, para um grupo infantojuvenil. Só que, sem a nossa sede, não há condições para isso – lamenta Hector. 

Ajude

/// O Oriente aceita doações via Pix. A chave é o CNPJ 90.092.388/0001-90.

*Produção: Guilherme Jacques