Entretenimento



Mês do  Orgulho LGBT+

Música em série e single com produtor de Britney Spears: como está a gaúcha Grag Queen após vencer o "Queen of the Universe"

Com agenda lotada de shows no Exterior, artista de Canela não vê a hora de se apresentar no Brasil

29/06/2022 - 10h00min

Atualizada em: 29/06/2022 - 14h09min


Alexandre Rodrigues
Alexandre Rodrigues
Enviar E-mail
Sam Li / Divulgação
Grag Queen teve seu nome anunciado na trilha sonora da série da Disney "Love, Victor"

Os últimos meses têm sido intensos na vida da cantora Grag Queen, nome artístico de Gregory Mohd, natural de Canela, na Serra. Após vencer o reality Queen of the Universe —competição musical entre drag queens exibida na plataforma de streaming Paramount+ —, no fim de 2021, e conquistar o prêmio de U$ 250 mil dólares (cerca de R$ 1,3 milhão), a artista passou a ganhar espaço de destaque no pop internacional. Um dos sonhos realizados foi conhecer pessoalmente sua maior inspiração do mundo drag: RuPaul. Mais recentemente, teve seu nome anunciado na trilha sonora da terceira temporada da série Love, Victor, produzida pela Disney

— Desde que gravei, ouço todos os dias e espero muito que vocês gostem também. É muito gigante pra uma drag queen brasileira ter uma música inédita em uma série da Disney, né? Mesmo sendo difícil de acreditar, eu só tenho a agradecer — afirma.

E não para por aí! Segue colhendo frutos por conta do primeiro single em inglês, You Betta, que foi gravado em parceria com os produtores Leland, Cole e Jesse, responsáveis por sucessos de Britney Spears, Camila Cabello e Snoop Dog. 

Leia mais
No repertório, homenagem para a rainha da sofrência
Da equipe de Valesca para as picapes: conheça Melzinha DJ
Batalha desde sempre: conheça Laddy Dee

Em meio à agenda lotada de shows no Exterior, Grag Queen conta sobre a vida pós-reality e a realização dos sonhos. Confira:

Como está a sua rotina?

Hoje, estou falando aqui de um quarto de hotel, na Califórnia, em Los Angeles, organizando tudo para entregar conteúdos do Mês do Orgulho (LGBT+), entregar shows. Agora, terei seis shows consecutivos, um dia atrás do outro. Está acontecendo muita coisa, muita viagem, tenho conhecido muitas cidades. Logo, volto ao Brasil, mas não para descansar e, sim, para fazer mais shows.

Você já usou o prêmio?

Com certeza! Foi a primeira coisa que eu fiz. Foi incrível poder dar uma segurança para mim, para os meus pais. Estou muito feliz de poder usar esse dinheiro de uma maneira positiva, evitando gastar com coisas fúteis. 

Pode falar sobre a repercussão de You Betta?

Aqui fora, as pessoas têm cantado muito. Estou doida para voltar pro Brasil, porque não sei como está (a repercussão) aí. Sei que está tocando nas baladas, sei que estão tocando versões remix. Estou gostando muito de como está repercutindo.  

O lançamento do single também marcou o início da sua parceria com produtores renomados. Qual o significado disso na sua carreira?

É gigantesco. Só nesses momentos, como quando estou respondendo entrevistas, que eu caio na real e penso: "Meu Deus! Olha o que está acontecendo, olha o que eu estou movendo, olha onde eu estou chegando." Fui de Canela para estúdios, microfones, salas de ensaio. Onde essas pessoas pisaram, eu estou pisando também. Tem sido não só extremamente chocante, mas incrível também. 

Como foi o encontro com a RuPaul?

A RuPaul é uma artista que eu acompanho desde 2013. Eu sabia que nunca conheceria ela, já tinha aceitado. Do nada a minha vida virou e ela me chamou para conhecer no camarim, algo que não faz com ninguém. Ela queria conhecer a gata para a qual mandou o pix mais alto até hoje (risos), e falou: "Parabéns, bem-vinda à família." Ouvir isso de uma das maiores inspirações da minha vida não tem preço. Depois dali, eu fui uma nova mulher, edificada, abençoada pela Mamaru. 

Twitter / Reprodução
Ao lado de RuPaul, uma de suas maiores inspirações

Você percebe diferença entre os movimentos LGBT+ do Brasil e do Exterior?

Todos os movimentos são bem engajados nas suas causas. Acho que existem diferenças artísticas, de vertentes que são culturais. No Brasil, temos muitas drags que cantam. Aqui (no Exterior), elas mais dublam, performam. Sobre os movimentos em si, todos lutam pelo mesmo ideal, que é o respeito e o fim da LGBTfobia. 

Acredita que o seu sucesso possa servir como estimulo a outros artistas LGBT+?

Muita gente tem dito que eu sou uma inspiração. Eu agradeço demais, sempre, porque eu sei o quanto é importante ter uma forma física de onde a gente pode chegar, ter um reflexo do que a gente pode conquistar. Não importa da onde venha, não importa como é, não importa pelo que passou. Se a gente baixar a cabeça e trabalhar, com certeza em algum lugar chega. 

Quando vem ao Rio Grande do Sul?

Eu estou só esperando o show no Rio Grande do Sul. Bora agilizar, porque a rainha do universo não quer conhecer o mundo inteiro e esquecer do meu Estado. Vamo, vamo, vamo, que eu estou prontinha com meu casaco na mão, mala e cuia. Me voy!

Guy Levy / Divulgação
A gaúcha Grag Queen, de Canela, foi a grande vencedora do "Queen of the Universe"


Últimas Notícias