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Encontro de gerações

Família Souza da Silva, de Guaíba, faz aglomeração virtual para celebrar o Carnaval 

Com mais de 180 integrantes, os Souza da Silva se dividiram em três blocos e apresentarão sambas-enredos que fazem referência à história da família

19/02/2021 - 06h00min


Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Carmen com a foto da família reunida

O Carnaval ainda não acabou para a família Souza da Silva, de Guaíba. Com mais de 180 integrantes, que compartilham o mesmo sangue, a festa em família teve que ser adaptada.  

– Como nós já fazemos eventos, a exemplo do encontro no final do ano e na Páscoa, no Carnaval também nos reunimos. Em 2018, organizamos um baile. Mas, agora, com a pandemia, se tornou impossível aglomerar. Então, dei a ideia de fazermos o Carnaval Virtual da família SS – conta a comissária de polícia aposentada Carmen Lúcia da Silva, 59 anos.  

Os encontros ocorrem desde 2015, e a história da família já foi contada pelo Diário Gaúcho. Os descendentes de Dorvídio Corrêa da Silva (1900-1971) e Celina Souza da Silva (1914-1972) se reúnem em Guaíba, nos finais de ano, para relembrar fatos e memórias da família. Dos 10 filhos do casal, seis estão vivos. A junção fica por conta dos netos, bisnetos e tataranetos. Mas, desde o ano passado, essa reunião só acontece por meio das telas, virtualmente.  

Organização

Conforme Carmen, a proposta do Carnaval em família é mais parecida com uma gincana. Amanhã, todos se encontram por meio de uma videochamada para festejar em três blocos organizados, cada um com seu samba-enredo. 

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Durante as semanas que antecederam o evento, uma comissão enviou atividades para os outros membros, que serão apresentadas ao som de marchinhas carnavalescas. Máscaras, fantasias, símbolos dos blocos e alegorias estavam entre os adereços a serem produzidos. O samba-enredo, que pode ser paródia, segundo Carmen, deve contar com, no mínimo, cinco termos que fazem referência à história da família.  

– É mais como uma brincadeira, para curtir, e de baixo custo. Em função de estarmos em casa, tudo foi feito por nós, com EVA. O bloco vencedor será aquele que tiver mais componentes presentes – explica Carmen.  

Os núcleos familiares se dividiram nos blocos “Cê Acredita”, “Tropa do Elíbio”, em homenagem a um integrante já falecido, e “Me Covid”, um trocadilho com o momento atual. Cada  um deles tem reis e rainhas.  

– No mínimo, cada bloco tem 20 pessoas. Mas, como será surpresa o número de componentes, não sabemos ao certo o total de participantes – detalha Carmen. 

Tema-enredo é a história de Dorvídio e Celina

Baterista em escolas de samba desde muito novo, o técnico em Segurança do Trabalho Marco Aurélio da Silva Pacheco, 46 anos, saiu da zona de conforto para compor o samba-enredo do bloco “Cê Acredita”. Marco nasceu em época de Carnaval e acredita que foi por isso que seu envolvimento com a festa começou. Em relação à família, ele diz que a celebração é mais uma atração para que os membros consanguíneos, amigos e admiradores se encontrem.  

– Sempre fui envolvido em Carnaval e tocava na bateria de escolas de samba, em Guaíba e em Porto Alegre, participando como carnavalesco apaixonado. Neste ano, para evitar a aglomeração, encontramos uma maneira de nos reunirmos – comenta.  

Segundo Marco, para a elaboração do samba-enredo, das fantasias e alegorias, é necessário um tema-enredo, que não poderia ser outro além da história da família.  

– Não sou compositor. Mas, eu, na mesa de casa, com a minha esposa e a minha filha, vi as palavras-chaves que a comissão mandou, que devem estar nas frases e no samba-enredo. Com três delas, montei um refrão. Esse momento me deu um gosto tão bom, que montei o samba-enredo inteiro. Não sou cantor, mas já apresentei para o restante do bloco – afirma Marco, pai do rei do bloco “Cê Acredita”, que leva o mesmo nome. 

“É só alegria”, diz Carmen

Carmen destaca que, a cada celebração da família Souza da Silva, um novo membro é apresentado: pode ser um bebê ou um novo romance. Esse é um dos momentos mais esperados, e não será diferente no virtual.   

– A gente aproveita para lembrar das palhaçadas, é só alegria. Nunca conseguimos reunir 100% dos familiares, mas procuro manter o contato como todos. E vamos aglomerar, mesmo que virtualmente – afirma.

Produção: Caroline Tidra

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