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Golpe do falso aluguel no litoral gaúcho e catarinense faz dezenas de vítimas

Golpistas usam sites gratuitos para anunciar imóveis de falso aluguel

15/01/2015 - 07h05min

Atualizada em: 15/01/2015 - 07h05min


Cristiane Bazilio
Cristiane Bazilio
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Mateus Bruxel / Agencia RBS
Prédio em Capão da Canoa estava sendo alugado em anúncio de falso aluguel na internet

Final de ano, verão, Carnaval se aproximando... está aberta a temporada de viagens, especialmente para o litoral. Mas, antes de locar um imóvel na praia, especialmente pela internet, é preciso ficar muito atento para não cair no golpe do falso aluguel e ver meses de planejamento e sacrifício se transformem em pesadelo.

Desde outubro de 2014, dois homens que, segundo a polícia, são de Gravataí e Porto Alegre, estão aplicando o golpe do falso aluguel pela internet e já fizeram dezenas de vítimas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Eles anunciam, em sites gratuitos, imóveis para locação que, na verdade, não existem ou não estão sendo alugados. Negociam por telefone ou por e-mail com as vítimas, que fazem um depósito antecipado como garantia e só percebem a fraude quando batem com a cara na porta. Além do dano emocional pelos planos interrompidos, as vítimas têm de arcar com o prejuízo financeiro, que pode variar de R$ 700 a R$ 3 mil, dependendo do período de aluguel contratado.

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Só em Capão da Canoa, no Litoral Norte, o zelador de um edifício relata já ter assistido, inúmeras vezes, à mesma cena:

- As pessoas chegam de mala e cuia, com o carro cheio de bagagens, crianças, bichinhos de estimação, e pedem a chave do apartamento. Eu digo que não está para alugar, e a reação é sempre igual: desespero e raiva - conta Carlos Alberto da Silva, 51 anos.

O zelador afirma que, até agora, o período mais crítico foi a véspera do Ano-Novo. Chegou a acontecer de diversas famílias se encontrarem no saguão, procurando o mesmo apartamento. Ele garante já terem passado por lá, pelo menos, 50 pessoas.

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Golpe também em Santa Catarina

Em Bombinhas, no litoral catarinense, a proprietária de uma imobiliária, que pediu para não ser identificada, também tem se visto às voltas com vítimas dos dois vigaristas. 

- Muita gente joga no Google o endereço que eles anunciam do imóvel e acaba chegando a nós. Então, ligam ou vem até aqui perguntando por este homem, que se diz dono do apartamento ou da casa. Já prestei queixa na polícia e já fiz a denúncia para o site de ofertas da internet onde estava sendo publicado - conta a empresária.

A titular da DP de Bombinhas, delegada Luana Chaves Servi Backes, está apurando os  12 casos até agora registrados na sua delegacia.

- Instauramos um inquérito policial para apurar a autoria desses golpes. Temos dois suspeitos, mas sabemos que estelionatários geralmente usam documentos falsos em nome de outras vítimas para abrir contas e praticar os crimes. Nosso objetivo é chegar nos verdadeiros estelionatários, sejam eles de Porto Alegre ou daqui - afirmou a delegada.

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Investigação é difícil

Segundo a titular da delegacia de Capão da Canoa, Valquíria Meder, os casos registrados na sua DP são remetidos para a cidade de origem das vítimas, onde deverão ser investigados. Ela não soube informar o número de ocorrências que já foram registradas. 

- Cada caso ficará a cargo da delegacia local onde o dano foi consumado. Ou seja, se a vítima é de Porto Alegre e a conta bancária de onde ela fez a transferência para os estelionatários é de lá, essa ocorrência será investigada naquela região - argumentou a delegada.

A pulverização dos casos por diferentes delegacias em diversas cidades torna difícil quantificar e mensurar oficialmente a ação dos estelionatários. No entanto, o Diário Gaúcho apurou a existência de, pelo menos, 20 ocorrências registradas na Polícia Civil relacionadas à mesma dupla de golpistas.

Para o titular da 17ª DP de Porto Alegre, delegado Hilton Müller, chegar aos autores destes golpes, do modo que o caso vem sendo tratado hoje, é praticamente impossível. 

- Os estelionatários sabem da dificuldade da investigação e, por isso, pulverizam as ações. O ideal seria que a polícia concentrasse as investigações em uma delegacia especializada para melhor atender as vítimas - afirma.

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