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Luto no funk

MC Bravinho: não deu tempo de concluir a mudança na carreira

Funkeiro, que começou a carreira com músicas que faziam apologia ao crime, vinha mudando de caminho, ao investir no gênero ostentação. Assassinato abreviou a trajetória do talentoso funkeiro

11/01/2016 - 16h19min

Atualizada em: 11/01/2016 - 16h19min


José Augusto Barros
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Félix Zucco / Agencia RBS

MC Bravinho, ou Adriano Oliveira Gonçalves, morto a tiros no sábado, 9, tem uma história bem parecida com a de dezenas de jovens que entrevistei, desde 2009, na seção Estrelas da Periferia, principalmente em dois gêneros: o rap e o funk. Histórico de família humilde, trabalham desde muito cedo - dos sete aos 15 anos, ele trabalhou como carroceiro - e proximidade com ambientes violentos.

Quando entrevistei Bravinho, ele e seu produtor conduziam um processo de mudança na trajetória musical do jovem.

No começo de sua carreira, investiu em funks polêmicos e que faziam apologia ao crime - como nas faixas Se Vier de Trem e 5 Balas no Pente.

Em julho, ele investia no funk ostentação, lançando sua nova música, Veloz no Asfalto, que fala de sonhos a comuns a jovens de periferia: carrões de luxo e mulheres.



Migração

Infelizmente, por conta da realidade social e das influências, boa parte dos funkeiros começam sua trajetória cantando dois tipos de funk: os ousados e os agressivos, com apologia ao crime.

Com o tempo, os músicos vêm observando que o mercado para este nicho do funk está diminuindo, e acabam migrando para o ostentação, um dos mais fortes no país, atualmente, e mais aceito comercialmente.
Bravinho se deu conta, começava a mudar seu estilo, mas teve trajetória abreviada.

Que outros jovens talentos não tenham o mesmo caminho, e invistam no funk consciente.

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