Contra o vício
Largar cigarro de vez é mais fácil do que reduzir aos poucos, aponta estudo
Voluntários foram divididos em dois grupos para a comparação. Corte abrupto obteve 22% de sucesso, contra 15% da redução gradual.
Pessoas que param de fumar de repente têm mais chance de êxito na tentativa de largar o cigarro do que aquelas que reduzem o consumo de tabaco aos poucos, aponta estudo.
Segundo Nicola Lindson-Hawley, pesquisadora da Universidade de Oxford (Reino Unido) e autora da pesquisa, muitas pessoas acreditam que o jeito mais óbvio de largar o vício seria reduzir aos poucos até parar totalmente.
– Com o tabagismo, porém, a norma é aconselhar as pessoas a pararem tudo de uma vez, e nosso estudo encontrou apoio para tal. Descobrimos que mais pessoas conseguiram parar quando deixaram de fumar de uma vez do que tentando reduzir a dose gradualmente para tentar parar – salienta a especialista.
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O estudo acompanhou cerca de 700 fumantes adultos divididos em dois grupos: um tentaria largar o cigarro de maneira abrupta, e o outro grupo de maneira gradual. Cada voluntário determinava um prazo, dentro de até duas semanas, para zerar o consumo de cigarro, além de ter encontros com uma enfermeira uma vez por semana.
Metade das pessoas optaram pela redução gradual, um terceiro preferiu o corte brusco, e o restante do grupo não manifestou preferência de estratégia antes da pesquisa começar. A escolha pessoal não foi levada em conta pelos cientistas na hora de estabelecer que tipo de estratégia, seja abrupta ou gradual, cada voluntário teria de adotar.
Nicotina de substituição
Uma agenda de redução foi criada para os participantes do grupo gradual cortarem 75% dos cigarros ao longo de duas semanas, antes da data limite para deixar o cigarro. Forneceram a eles, também, adesivos de nicotina, além de outros substitutos. Os voluntários poderiam escolher entre um chiclete de reposição de nicotina, um spray nasal, tabletes sublinguais, inalador ou spray bucal durante o período de redução.
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No grupo de corte brusco, os participantes também receberam adesivos de nicotina de 21mg por dia, tendo em vista que existia alguma evidência de que isso pudesse aumentar as chances de sucesso da interrupção. Os voluntários não tiveram acesso a produtos de ação curta, e podiam fumar como sempre fizeram até o prazo estipulado.
Quatro semanas após o encerramento do prazo, 40% do grupo que tentou abandonar o cigarro aos poucos ainda conseguia se manter longe do fumo. Entre aqueles que largaram o cigarro de vez, 49% mantiveram abstinência por esse período. As pessoas que disseram preferir uma mudança gradual, antes de o estudo começar eram, no geral, menos propensas a obter sucesso até aquele ponto.
Seis meses depois, apenas 15% do grupo gradual conseguiu manter a decisão, contra 22% do grupo abrupto. O resultado foi descrito em estudo na revista médica Annals of Internal Medicine.
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