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Demora para operar catarata prejudica saúde de aposentado

Marco Antônio Tadeu da Silva aguarda desde o final do ano passado por uma cirurgia e já perdeu a visão dos dois olhos 

21/07/2016 - 15h43min

Atualizada em: 21/07/2016 - 15h44min


A cada dia que passa, a esperança de ter a visão de volta diminui para o aposentado Marco Antônio Tadeu da Silva, 49 anos. Em dezembro do ano passado, ele foi diagnosticado com catarata avançada no olho direito, que só poderia ser revertida por meio de uma cirurgia. Passados sete meses, Marco Antônio perdeu completamente a visão do olho direito,e o outro também está comprometido pela doença. O problema de Marco é que o procedimento, a ser realizado pelo Sistema Único de Saúde nem chegou a ser encaminhado.

Os filhos e a esposa descobriram a situação quando ele estava com dificuldades para enxergar. Ao pedir que ele tapasse um dos olhos, tiveram certeza que o problema era mais grave do que imaginavam. Segundo conta o filho Rafael Arbelo da Silva, 16 anos, Marco queixou-se de“enxergar tudo escuro”. Foi então que decidiram procurar ajuda médica. Morador de Alvorada, ele foi até o posto de saúde no Bairro Umbu, que agendou atendimento com especialista no Hospital Banco de Olhos.

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Encaminhamento

Na consulta,realizada em 14 de dezembro de 2015, a médica atestou que o estágio da doença já estava bem avançado e por isso iria encaminhá-lo para a cirurgia. De acordo com Rafael, foi pedido que aguardasse, pois assim que o papel atestando a necessidade do procedimento estivesse pronto,entrariam em contato. Desde então a família sofre a demora de uma resposta do Banco de Olhos.

– Nós já entramos em contato com oposto e com o hospital, eles só dizem que temos que esperar e não falam porque a cirurgia não foi encaminhada. Esperar até quando? Ele já perdeu a visão de um olho e está perdendo a do outro também. Não sabemos mais o que fazer – diz Rafael.

Marco Antônio também sofre de esquizofrenia e, por causa da catarata, perdeu a pouca autonomia que tinha. Agora, os programas que mais gostava de fazer, como passear e ir à igreja, só podem ser feitos com o acompanhamento de um familiar. Até mesmo para as tarefas básicas como alimentação e higiene, o aposentado depende de ajuda, o que é motivo de desespero para a família.

– Ele não consegue fazer nenhuma atividade sozinho. Fica atirado em cima da cama e não tem vontade de fazer nada. Ele se sente mal, quer sair, mas não consegue. Ele só consegue pedir que Deus o cure – lamenta Rafael.

Paciente deve voltar ao posto para encaminhar atendimento

O Hospital Banco de Olhos informou que Marco Antônio foi atendido na emergência dia 7 de dezembro de 2015, quando foi tratado. Ele fez exame especializado para elucidação diagnóstica dia 14 de dezembro. No segundo atendimento, dia 21, levou o resultado do exame, que não apresentava alteração aguda que necessitasse de tratamento urgente, e teve alta do atendimento ambulatorial da Emergência. Devido a um problema crônico, foi orientado a procurara Unidade Básica para encaminhar tratamento: “cumpre esclarecer que o Serviço de Emergência Oftalmológica do Banco de Olhos, na qualidade de prestador de serviços ao SUS, não tem autoridade para incluir pacientes em filas, seja para consultas, exames ou cirurgias eletivas. O encaminhamento para consultas, exames e cirurgias para tratamento de problemas crônicos é feito pela Unidade Básica de Saúde a que o paciente estiver vinculado.”

Informações

A prefeitura de Alvorada informou que existe um cadastro incompleto do paciente no SUS. A data de nascimento dele não confere com o registro. Também não há encaminhamento formalizado, conforme o relato do leitor. A Secretaria Municipal de Saúde orienta que Marco procure o posto de saúde para que seja feito o encaminhamento adequado.

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