– Cachoeirinha está um caos.

Com esse desabafo, a auxiliar de lavanderia hospitalar Bruna Beatriz da Silva Costa, 29 anos, finalizou a ligação em que conversou com a reportagem. No dia 21 de março, ela presenciou um idoso passando mal no Centro da cidade. Ao chamar o Samu, deparou com uma situação já retratada pelo Diário Gaúcho: a falta de ambulância e a demora no atendimento de saúde emergencial em Cachoeirinha.

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Após 30 minutos ao telefone, tentando socorro para o idoso, Bruna desistiu, chamou um Uber e pagou para que o homem e sua esposa fossem ao hospital. No início do mês passado, ela enfrentou situação semelhante e também se decepcionou. Grávida de cinco meses, Bruna passou mal no trabalho no dia 8 de março por volta das 9h20min. Após várias tentativas, uma ambulância do Samu chegou ao local somente 50 minutos depois, às 10h10min.

– É de se indignar. Em um curto espaço de tempo, vivenciei esse caos duas vezes. E a prefeitura não nos dá atenção – queixa-se ela.

Na página do Facebook "Acontecimentos Cachoeirinha", a moradora compartilhou seu descontentamento. Nos comentários, as pessoas apoiaram a reclamação de Bruna e a parabenizaram pela atitude de ajudar o idoso.

Ciclista

Também em março, outro caso chamou a atenção. No dia 3, foi publicada no site do Diário Gaúcho uma reportagem sobre um ciclista que sofrera, dois dias antes, um acidente da Avenida General Flores da Cunha. Ele ficou uma hora e meia esperando por uma ambulância em Cachoeirinha e acabou sendo atendido pelo Samu de Gravataí.

Na época, a Secretaria Municipal da Saúde de Cachoeirinha afirmou que o município nunca ficou sem ambulâncias. Além disso, garantiu que, no final de semana – dias 4 e 5 de março –, os cinco veículos de socorro estariam em funcionamento.

Cidade conta com duas ambulâncias

Questionada pela reportagem, a prefeitura de Cachoeirinha informou que o município conta com duas ambulâncias do Samu, mas somente uma fica ativa. A outra é reserva. Apesar de ficarem na cidade, são reguladas pela Secretaria Estadual da Saúde.

A informação é diferente da que foi dada na primeira reportagem, em que a Secretaria Municipal da Saúde havia dito que o município contava com cinco veículos de socorro.

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As ligações ao 192 solicitando ambulância são atendidas pela central estadual de regulação do Samu, por isso a prefeitura não soube informar se havia outras chamadas em atendimento nos momentos em que Bruna precisou do serviço.

A administração da cidade tem, ao todo, três ambulâncias de remoção. Ontem, a Secretaria Municipal da Saúde garante ter recebido dois novos veículos pela Consulta Popular do Governo do Estado, que substituirão duas ambulâncias antigas. Segundo a prefeitura, assim que a documentação estiver pronta, elas devem entrar em operação.