Depois de sair de uma audiência no Fórum de Viamão, em 2014, o promotor de vendas Henrique Lemes, 26 anos, teve uma surpresa. O Volkswagen Passat, ano 1980, que havia comprado seis meses antes, tinha sido furtado. O caso foi registrado na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Viamão em 26 de maio daquele ano.

Cerca de meio ano depois, um amigo de Henrique viu o carro circulando pelas ruas de Alvorada e avisou o rapaz. O veículo havia sido comprado por outro homem, que admitiu saber da procedência duvidosa do Passat.

– Ele falou que tinha comprado de um cara meio suspeito, sabia que a origem poderia ser ilícita – relata Henrique.

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O homem, não querendo ter problemas com a Justiça, devolveu o veículo para o promotor de vendas. O problema parecia resolvido, só que um empecilho separou homem e máquina novamente. O Passat tinha sido clonado, ou seja, chassis e placas de outro modelo idêntico foram colocados no carro.

Henrique se sentiu desconfortável por o veículo estar ilegal e, no mesmo dia, procurou a 1ª DP de Viamão novamente. A polícia disse que, para liberar o veículo, seria necessária uma perícia. Ele então entregou o carro, que foi levado para um depósito da cidade. Desde então, o jovem aguarda a liberação do veículo.

Quase três anos depois de reencontrar o Passat, ele diz já ter perdido as contas das vezes em que foi até a polícia para tentar reaver o que é seu.

– A única coisa que me dizem é para aguardar. Na última vez que estive lá, em novembro, com a expectativa de começar esse ano com o carro na garagem, a resposta foi a mesma – desabafa o dono do veículo.

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Morador deve procurar DP de Alvorada

Procurado pela reportagem, o delegado Edison Frade, da 1ª Delegacia da Polícia Civil (DP) de Viamão, explicou que, na época do encontro do veículo, Henrique registrou a ocorrência da localização em Viamão. Porém, o Passat foi encontrado em Alvorada, portanto, a 3ª DP de Alvorada pediu a ocorrência a Viamão para dar prosseguimento à investigação.

Procurada pela reportagem, a polícia de Alvorada esclareceu o caso. Devido ao carro ter sido encontrado pelo próprio dono, e não pela polícia, com os números de chassi e das placas trocados, ele precisou passar por uma perícia especial, que foi solicitada ao Instituto Geral de Perícias em 2012. Segundo o comissário da 1ª DP de Alvorada José Antônio Azambuja, os exames deste tipo são mais demorados, e o laudo conclusivo saiu somente em novembro do ano passado.

O comissário José explicou que a polícia tentou entrar em contato com Henrique à época para devolver o carro, mas seu telefone havia mudado. A orientação é para que a vítima procure a 3ª DP de Alvorada com o documento do veículo. Só assim será feita a liberação.