Opinião
Chora, cavaco: interdições afetam o ziriguidum em quadras de escolas de samba de Porto Alegre
Pelo menos quatro agremiações estão com as atividades de seus espaços de ensaio ameaçadas por decisões judiciais
Luiz Armando Vaz
luiz.vaz@diariogaucho.com.br
O Carnaval vive tempos complexos e preocupantes. Aqui na Capital, depois do quase desastre que foi o desfile deste ano, o tormento continua, agora localizado. As escolas, em suas quadras, estão avaliando as suas possibilidades de sobrevivência na Justiça.
Imperadores do Samba, campeã do último Carnaval, obedece liminar do Ministério Público, que determinou o corte da água e da luz, além de outras determinações, por conta de um Termo de Ajustamento e Conduta (TAC), mas que ao fim a impossibilita de funcionar.
Bambas da Orgia teve a sua sede interditada recentemente por conta de problemas com o seu PPCI. Acadêmicos da Orgia sofre uma interdição que lhe proíbe de ensaiar a bateria durante alguns meses do ano. A Banda da Saldanha vive situação de litígio e também está funcionando por TAC.
Fazer Carnaval é a atividade fim das escolas de samba, com seus ensaios de harmonias, baterias, alas etc. Tudo isto, em princípio, é feito em suas quadras de ensaios. As atividades coletivas precisam ser adequadas às regras legais, com horários e dias específicos, o que é já uma realidade: Quarta Nobre no Imperadores, quintas-feiras em Bambas da Orgia e por aí vai.
Ninguém pode ser contrário à observância e aplicação das leis, mas, hoje, tais determinações inviabilizam o Carnaval como a gente conhece. Sem funcionarem as quadras, fica muito complicado reunir a comunidade e preparar as escolas para os desfiles. Por conta disto, ocorre no próximo dia 11, na Câmara de Vereadores, uma reunião na Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, para avaliar a situação.
A questão das quadras é assunto prioritário. O Carnaval se faz com escolas e suas quadras. Na certeza de que tudo ficará certo e ajustado, espero e confio na Justiça.