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Seu Problema É Nosso

Bebê de Alvorada fica sem fisioterapia, e família não consegue custear tratamento

Menino de dois anos precisa do atendimento para auxiliar no seu desenvolvimento, pois tem problemas respiratórios em função de doença

03/08/2017 - 15h02min

Atualizada em: 03/08/2017 - 15h03min


Pedro sofre da síndrome de Tarp

O pequeno Pedro Ebling dos Santos Dornelles, nascido em abril de 2015 com atraso no desenvolvimento psicomotor e problemas respiratórios, precisa fazer fisioterapia para se desenvolver bem.

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O bebê de Alvorada, que viveu no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) entre julho daquele ano e outubro de 2016, teve acompanhamento no local durante o período de internação. Mas, desde que foi para casa, no Bairro Maria Regina, tem tido dificuldade para continuar o tratamento – que custa caro. A família tem poucas condições de arcar com o gasto.

Na Justiça, a mãe do menino, a dona de casa Géssica Ebling dos Santos, 27 anos, e o pai, Ismael Dornelles, 26 anos, conseguiram três meses de sessões pagas pelo Estado – até o fim de junho, a família recebeu cerca de R$ 1,8 mil mensais, permitindo cinco sessões durante a semana.

– A fisioterapia estava ajudando bastante. Perto de como estava, ficou bem ativo. Mas, mesmo assim, ainda não senta nem engatinha – explica Géssica.

Renovação

Em julho, a família, que tem renda mensal de dois salários mínimos, buscou renovar o benefício, mas ainda não conseguiu. Na terça-feira, a defensora pública Anna Carolina Meira Ramos, que atende o caso, pediu à Justiça que Pedro seguisse tendo o tratamento custeado – junto, há um pedido de fisioterapia feito pelo Hospital de Clínicas. Até que o requerimento seja aceito, Géssica e Ismael têm buscado garantir um mínimo de fisioterapia ao pequeno.

– Tem um moço que faz fisioterapia duas vezes por semana nele. Ele até ensinou algumas técnicas para a gente fazer em casa, mas, mesmo assim, são só duas vezes por semana que ele vem. Deveriam ser cinco – lamenta a mãe.

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Vida no hospital

Segundo Géssica, Pedro passou um ano e três meses no hospital por causa de repetidas infecções respiratórias. Apenas uma vez conseguiu ir para casa, onde ficou apenas 24 horas por causa de nova crise. Em agosto de 2016, o menino foi submetido a uma cirurgia, cujo objetivo era separar a laringe da traqueia para diminuir a salivação e evitar que a secreção chegasse ao pulmão.

– Antes da cirurgia, ele tinha pneumonia todo mês. Com a fisioterapia e a cirurgia, ele não tem tido. Sem fisioterapia pra mobilizar essa parte mais baixa do pulmão, ele pode pegar de novo – conta a mãe.

Os problemas de malformações de Pedro têm origem rara: a síndrome de Tarp. Segundo Ida Vanessa Schwartz, médica geneticista e professora do Departamento de Genética do HCPA, há menos de cem casos em todo o mundo relatados na literatura médica.

– Ela é uma síndrome genética, a pessoa já nasce com esse problema. Não tem nada a ver com o uso de algum remédio ou um tombo durante a gravidez, por exemplo – esclarece a profissional.

Prefeitura não dá resposta

A Secretaria Estadual da Saúde explicou que as consultas de fisioterapia ambulatorial são de responsabilidade do município de Alvorada.

A assessoria de imprensa da prefeitura de Alvorada, porém, disse que "não conseguiu localizar ninguém" da Secretaria Municipal de Saúde para responder sobre caso. Os responsáveis estavam em uma agenda externa.

Para ajudar

- É possível auxiliar a família a custear as sessões de fisioterapia de que Pedro necessita por meio de doações no Banco Itaú, agência 4056, conta poupança 13034-9.

Produção: Juliano Zarembski



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