Seu problema é nosso
Cadeirante reclama de más condições de ônibus adaptados em Porto Alegre
Magda tem dificuldade de locomoção há 35 anos e sofre com os problemas nos coletivos
Dependente de cadeiras de rodas há 35 anos, a técnica administrativa aposentada Magda Viviane de Deus dos Santos, 53 anos, tem de lidar com outras dificuldades para se locomover.
A moradora do Bairro Restinga, na Capital, precisa, diariamente, da linha de ônibus A13/ Alimentadora São Caetano para realizar atividades na região. Só que, conforme Magda, os elevadores dos coletivos funcionam precariamente. E, em vários veículos, diz ela, há apenas um espaço para cadeirantes, que costuma já estar ocupado por outra pessoa com deficiência (PCD) quando o veículo chega na sua parada.
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– Eles acham que, dando com martelo, com marreta, vai funcionar – queixa-se a aposentada, referindo-se aos métodos improvisados utilizados pelos funcionários da empresa para consertar os elevadores.
No bairro, Magda visita a mãe, que tem 76 anos. Também busca medicamentos para pressão e coração na UBS Macedônia.
– Pedi que o ônibus tivesse dois espaços para cadeirantes, e eles mandam só com um – reclama.
Susto
O mau funcionamento dos elevadores não é apenas um incômodo para a aposentada. Em junho deste ano, depois de embarcar na parada em frente ao condomínio onde mora, ela quase se machucou:
– Chegando ao meu destino, o motorista estava mexendo no elevador e ele desabou. Se não tivessem me segurado, eu teria caído.
E complementa:
– A falta de respeito com a gente é incrível. Nosso síndico também é cadeirante e passa pela mesma situação.
Apesar das dificuldades, Magda se mostra solidária em relação aos rodoviários:
– O motorista e o cobrador não têm culpa dos veículos podres que a empresa dá para eles. A culpa não é deles, e, sim, da empresa.
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Consórcio: "elevadores funcionam"
A EPTC informou que todas as viagens da linha A13/ Alimentadora São Caetano são feitas por veículos adaptados para PCDs. Disse, ainda, que as reclamações sobre os problemas nos elevadores serão enviadas para o setor de Fiscalização de Transporte, que fará uma vistoria.
Já o consórcio Viva Sul, por meio da Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP), garantiu que são feitas manutenções preventivas nos veículos e que a última inspeção da EPTC, em 27 de julho, constatou que todos os coletivos adaptados estavam com os elevadores funcionando normalmente. Alegou que, quando há problemas, o conserto é providenciado em até 24 horas.
Quanto à solicitação da leitora para que sejam oferecidos ônibus com dois espaços para usuários de cadeira de rodas, a princípio, não será atendida pelo consórcio. Isso porque o Viva Sul alega cumprir a legislação, que determina mínimo de um box para cadeirantes em cada veículo. Na frota da empresa, apenas um coletivo, mais antigo, tem espaço para dois cadeirantes.