Seu problema é nosso
Com asfalto em falta na cidade, buraqueira marca presença nas ruas de Porto Alegre
Segundo a prefeitura, nem operações tapa-buraco estão sendo realizadas, pois o contrato entre o município e a empresa que fornece cimento asfáltico de petróleo (CAP) não está regularizado
Pode até ser um trocadilho infame, mas se tem algo que os moradores da Rua da Libertação não estão tendo é liberdade de ir e vir. A via, que fica no bairro Coronel Aparício Borges, na zona leste de Porto Alegre, parece um caminho que foi bombardeado, deixando o asfalto todo esburacado.
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O que resta é um solo minado de aberturas, que se tornam mais perigosas nos dias de chuva, quando estão cobertas e não há como dimensionar sua profundidade.
— Quebrei o amortecedor do meu carro tentando chegar em casa, é inaceitável termos de conviver com essa buraqueira — conta a eletricista Rita da Silveira Resmini, moradora da Libertação.
Por conta própria
Rita reside na via há dez anos e, desde que se mudou para a região, não lembra de outro período em que a falta de manutenção da Rua da Libertação tenha se estendido por tanto tempo.
Ela garante que, há pelo menos seis meses, nenhuma equipe da prefeitura aparece no local, "nem que seja para fazer reparos paliativos":
— Antigamente, pelo menos a prefeitura fazia uns remendos. Nem isso acontece mais.
Cansados de esperar por uma ação do poder público, Rita diz que alguns vizinhos têm jogado concreto e caliça nos buracos para amenizar o desafio que é dirigir na via.
Ainda segundo a moradora, carros de aplicativo e taxistas já se negaram a trafegar no local em função da buraqueira.
— Tu tentas chamar um carro, chegam aqui e não tem como te buscar. Os motoristas não querem colocar o veículo numa rua assim — aponta a eletricista.
Rita ainda conta que a Rua Dona Ani, que serve de acesso à Rua da Libertação, também está com a pavimentação em péssimo estado.
Asfalto está em falta, diz a prefeitura
A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana ( Smim), por meio de sua assessoria de imprensa, disse que não há previsão para que seja feito um recapeamento da Rua da Libertação.
Segundo a Smim, nem operações tapa-buraco poderão ser feitas na via e na Rua Dona Ani. Isso porque o contrato entre a prefeitura e a empresa que fornece cimento asfáltico de petróleo (CAP) não está regularizado.
A secretaria diz que houve "problemas na assinatura de atas do contrato". Ainda conforme a nota enviada pela Smim, não há previsão para que o contrato seja regularizado, mas, "por se tratar de um material importante na manutenção das vias, a expectativa é solucionar a questão rapidamente".
A pasta não soube responder desde quando o cimento asfáltico está em falta na cidade.
*Produção: Alberi Neto