Crime organizado
Polícia Civil faz operação contra quadrilha que explode bancos no RS
Mais de 60 agentes cumprem sete mandados de busca e dois de prisão em investigação do Deic sobre ataque com uso de explosivo ocorrido em março deste anos
A Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) realiza uma operação específica na manhã desta segunda-feira (21) para prender integrantes de uma quadrilha especializada em ataques a bancos com uso de explosivos no Rio Grande do Sul. Dois suspeitos foram presos e outros três seguem foragidos.
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Ao todo, 68 agentes cumprem dois mandados de prisão e sete de busca e apreensão na Região Metropolitana de Porto Alegre e na Serra. O grupo é apontado como autor de vários roubos, mas a ação desta segunda está ligada a uma ocorrência em março deste ano na cidade de Amaral Ferrador, no sul do Estado.
Os policiais civis se dividiram em grupos e agiram nas cidades de Eldorado do Sul, Caxias do Sul, Nova Petrópolis e Bento Gonçalves. A maioria dos mandados é de busca e apreensão, com o objetivo de encontrar armas, celulares e materiais que possam auxiliar na comprovação do envolvimento da quadrilha na explosão do Banrisul, ocorrida no dia 9 de março.
No entanto, o delegado João Paulo de Abreu, responsável pela investigação, diz que as forças estão concentradas em Nova Petrópolis e em Eldorado do Sul, onde são cumpridos os mandados de prisão. No município da Região Metropolitana, foi preso o suspeito responsável pelo resgate dos demais integrantes do bando na época do crime. Outro homem foi preso em flagrante em Caxias do Sul, após ser flagrado com duas pistolas, que foram apreendidas.
Apontado como um dos autores do ataque ao banco de Amaral Ferrador, o suspeito alvo de mandado em Nova Petrópolis não havia sido localizado até as 8h20min. Há pelo menos outros dois comparsas que não tiveram mandados de prisão expedidos na operação desta segunda-feira, mas que são investigados pelo Deic e estão foragidos. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados porque o trabalho policial prossegue.
Abreu não descarta que a quadrilha tenha mais participantes, mas ainda estão sendo identificados. Ele diz que este grupo tem base em Guaíba e Eldorado do Sul, mas ramificações em outras cidades da região e da Serra. A quadrilha teria explodido pelo menos outros quatro bancos desde o ano passado no Rio Grande do Sul.
Relembre o caso
A Operação Serras do Sudeste cumpre mandados expedidos pelo Poder Judiciário de Encruzilhada do Sul. A ação investiga o roubo ao Banrisul de Amaral Ferrador, cidade com 6,8 mil habitantes, ocorrido em 9 de março deste ano. Na ocasião, moradores relataram a ocorrência de sete explosões.
Durante a fuga, a quadrilha espalhou diversos miguelitos (dispositivos perfurantes usados para danificar pneus de veículos) pelas vias da cidade para prejudicar a circulação de viaturas policiais, caso houvesse uma possível busca. Havia apenas um policial militar de plantão na cidade no horário em que houve o ataque, que não deixou feridos.
Em agosto do ano passado, o mesmo banco já havia sido alvo de bandidos. Uma pessoa foi mantida refém e houve quatro explosões. O delegado Abreu ainda não tem provas que confirmem se o crime foi cometido pela mesma quadrilha investigada na operação desencadeada nesta segunda-feira.