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Começam as obras na rede elétrica da Escola Erico Verissimo, de Viamão

Instituição está às escuras desde fevereiro deste ano. Em dias de pouca luminosidade, aulas acabam mais cedo.

03/07/2018 - 18h59min


Jeniffer Gularte
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Fernando Gomes / Agencia RBS
Equipe da construtora avalia projeto

Após quatro meses de aula às escuras, começou nesta terça-feira (3)  a obra para religar a energia elétrica na Escola Estadual de Ensino Fundamental Erico Verissimo, em Viamão. O serviço teve início exatamente uma semana após o secretário estadual de Educação, Ronald Krummenauer, vir a público pedir desculpas pelos transtornos causados à comunidade escolar local e classificar a demora como uma "falha lamentável". O secretário manifestou-se após reportagem sobre o assunto, publicada em 26 de junho. 

A empresa que fará o serviço, a S. Teixeira Construtora, reconheceu o local nesta terça-feira (3).  Organizou o cronograma da obra, verificou materiais que serão usados e identificou algumas necessidades específicas, como gerador de energia para uso da furadeira e outros aparelhos que dependem de energia elétrica. Um engenheiro elétrico e dois funcionários deram a largada no serviço. Nesta quarta-feira (4), ganharão o reforço de mais dois funcionários. 

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As principais intervenções serão a troca o local do contador elétrico, que atualmente fica no meio do mato, nos fundos da escola, e a renovação da fiação elétrica. A obra deve ser concluída em 20 dias. Como as férias de inverno ocorrem de 19 a 29 de julho, no dia 30 de julho, quando retornarem à escola, a expectativa é de que a energia elétrica esteja normalizada. 

O clima na escola, com a chegada da empresa para o início das obras, era de alívio. 

– O que a gente mais quer é voltar à normalidade para poder trabalhar de verdade. Até agora, foram quatro meses de improviso. Só de ver que a empresa está aqui, nosso ânimo já muda – afirma a diretora Rejane Maffioleti.

Entre os professores, a expectativa é de voltar a usar xerox, vídeos e outros recursos nas aulas. Durante os dias de obra, as aulas não precisarão ser interrompidas devido à possibilidade de realocamento das turmas dentro do próprio prédio.

Fernando Gomes / Agencia RBS
Escuridão com os dias contados

A falta de energia elétrica afetou completamente a rotina dos 123 alunos da escola localizada na Lomba do Sabão. Em dias nublados e chuvosos, as crianças eram liberadas uma hora mais cedo, obrigando as professoras a reverem o conteúdo da aula. 

O cardápio de merenda também foi alterado. A comida com carne, servida três vezes por semana, foi reduzida para duas. A carne chega congelada e é fracionada. É feita a preparação de uma parte do alimento, e o que sobra, cru, a diretora leva em um cooler para casa, para levar à escola em outro dia. 

– Já tive que cozinhar com ajuda da lanterna do celular – confessa a merendeira Raquel Duarte.

Nos demais dias, os alunos recebem achocolatado, bolacha e frutas.

As mães contam os dias para a normalização do serviço e se revoltam com o prejuízo que a situação da escola oferece aos filhos.

– Na segunda (2), choveu, e meu filho não quis vir para escola. Disse que não queria ter aula no escuro – conta a dona de casa Anelise Ferreira dos Santos, 34 anos.

Fernando Gomes / Agencia RBS
Amanda e Anderson têm dificuldades para enxergar com a pouca luminosidade

A também dona de casa Janice Gonçalves, 58 anos, diz que a filha Amanda, 10 anos, chega em casa reclamando de dores de cabeça porque é difícil enxergar. Amanda senta na última fileira da turma da manhã do 4º ano. Ontem, graças aos raios de sol pela manhã, ela conseguiu acompanhar a aula. Do lado dela, o colega Anderson Santos Lima, nove anos, conta o que faz para tentar copiar toda lição do quadro:

– Toda vez que não enxergo, aperto os olhos pra poder entender. 

– A gente não aguenta mais essa situação, vamos ficar de olho para que a obra comece e não pare – cobra a mãe de Anderson, Fabiana Ferreira dos Santos Lima, 41 anos. 



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