Infraestrutura
Blitz do DG volta em ruas esburacadas de Porto Alegre
Diário Gaúcho percorreu pontos de grande circulação de veículos que são acompanhados desde julho. Há boas e más notícias
No dia 27 de julho, após um período de chuvas intensas, o DG percorreu pontos de grande circulação da Capital. Elegeu quatro buracos que dificultavam a vida de motoristas e de quem circula de ônibus. Na semana seguinte, já com tempo firme, alguns haviam desaparecido sobre novas camadas de asfalto. Um mês depois, voltou a chover forte em Porto Alegre. E, claro, inúmeros buracos antigos (e novos também) surgiram em ruas e avenidas.
Agora, o sol voltou. E a previsão indica muito trabalho para a Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Smim). A reportagem voltou aos quatro locais que tinham problemas no final de julho. Há boas e más notícias, nas ruas e nas respostas da prefeitura.
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Na Bento Gonçalves
O buraco já virou ponto de referência para quem circula pela Avenida Bento Gonçalves, no sentido bairro-Centro, pouco metros antes do cruzamento com a Rua Vicente da Fontoura, no bairro Santana. Os dias de chuva desfizeram um remendo feito havia duas semanas e fizeram brotar novamente uma cavidade que costuma dar serviço para a borracharia em frente.
– Domingo, fizemos 18 atendimentos de pneus rasgados. Um motoqueiro quase caiu da moto e bateu no poste! – contou o gerente do local, Leonardo Gomes.
RESPOSTA DA SMIM
“Foi realizada a conservação em pré-misturado a frio (PMF) em 22 de agosto. Com o término das chuvas, até o final desta semana, será conservado com concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ).” O revestimento a quente é mais duradouro do que o frio.
Na Carlos Barbosa
O fluxo de ônibus e carros na esquina da Avenida Carlos Barbosa e da Rua Clemente Pinto, no bairro Medianeira, é muito intenso. E a qualidade do asfalto é péssima: há uma mistura de ondulações fortes e buracos pequenos e médios. Quem vem em velocidade acima dos 50km/h, sente uma pancada no piso do carro. Aquele rombo grande no asfalto, visto no final de julho, segue tapado, mas outros surgiram.
Um, em especial, na Clemente Pinto, é tão grande que já ganhou uma sinalização improvisada com um pedaço de pau e um pneu velho.
RESPOSTA DA SMIM
“Foi realizada conservação com CBUQ no dia 30 de julho. Realizaremos nova vistoria, tendo em vista a existência de extravasamento de rede de esgoto no local.”
Na João Antônio da Silveira
Uma das principais vias que cruza o bairro Restinga está castigada. No seu trecho final da Estrada João Antônio da Silveira, após a numeração 5.000, o asfalto lembra o clássico desenho da Lua. São muito buracos, de todos os tamanhos. Remendos também existem, mas os feitos com aplicação a frio resistem pouco tempo, especialmente se o período for chuvoso. E pelas próximas duas semanas, os motoristas deverão ter muita atenção e paciência na região.
RESPOSTA DA SMIM
“Nos trechos entre a Estrada João de Oliveira Remião e Edgar Pires de Castro, vai entrar em programação em 15 dias.”
Na Oswaldo Rolla
A única boa notícia da blitz do DG está nesta via, atrás do Estádio Olímpico, no bairro Azenha. A conservação feita com concreto betuminoso usinado a quente, nos dois dias seguintes à primeira reportagem, ainda garante boa qualidade do asfalto. A prefeitura garante que fará uma nova vistoria na região durante o mês de setembro.
Na Zona Norte, uma “homenagem” ao prefeito
Na Zona Norte, a buraqueira já virou motivo de ironias. No cruzamento das avenidas Sarandi e General Raphael Zippin, bairro Sarandi, duas crateras foram pintadas com a palavra Marchezan.
Cercadas por cavaletes, as deformações do asfalto estão presentes no trecho há pelo menos seis meses. Embora não saibam quem foi o responsável pelas pinturas, moradores relatam que elas foram feitas na semana passada.
– Dá medo, mas fazer o quê? Ou tu cai no buraco ou é atropelada – sentencia a prestadora de serviços gerais Raquel Quevedo, 54 anos.
Em nota enviada pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, o secretário Ramiro Rosário aponta para o “déficit de drenagem” da cidade. Ele afirma que seriam necessários pelo menos R$ 3 bilhões para que a “cidade tivesse sua estrutura de drenagem próxima ao ideal”.