Infraestrutura
Comunidade do Jardim Itu, em Porto Alegre, reivindica melhorias na rede de esgoto
Moradores reclamam da falta de saneamento básico. Obra dependeria de verbas federais
Os moradores do bairro Jardim Itu, em Porto Alegre, clamam por melhores condições no saneamento básico da comunidade. Segundo relatos, há diversos problemas relacionados ao tratamento de esgoto na localidade. O assunto já foi tema de duas reuniões na Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara Municipal.
A principal reclamação é de que a rede de esgoto do bairro é mista. Assim, o esgoto cloacal é lançado com o pluvial direto no Arroio Passo da Mangueira, que desemboca no Rio Gravataí.
– Desse jeito, o nosso arroio fica todo contaminado – reclama a presidente da Associação dos Moradores do Bairro Jardim Itu, Ione Nichele.
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Outra reivindicação da comunidade é a situação dos coletores de fundo. Os equipamentos ficam nos fundos de algumas residências e coletam o esgoto de duas ruas. Com o peso das construções, começaram a se deteriorar e estão estourando nos terrenos dos moradores. É o que acontece na casa de Neila Melo, na Rua Paul Harris. O esgoto da casa do vizinho vaza nos fundos da moradia da aposentada.
– Como os canos estão quebrados, dá o vazamento para o meu terreno. Já estou há um ano e meio solicitando arrumação, acionei diversos órgãos para tentar – relata Neila.
– Além de ser uma rede sucateada, há a contaminação do arroio e, em dias ensolarados, o cheiro é muito forte – desta a Assistente de Coordenação da unidade de saúde do bairro, Tailia Martins.
Já os moradores da Rua Dr. Paulino Teixeira têm dores de cabeça nos dias de chuva. A água do Parque da Brigada não é drenada e entra nas casas.
– Queremos o saneamento básico do bairro. Um tratamento de esgoto já – protesta a presidente da Associação.
Projetos dependem de recursos federais
Por meio de nota, a Secretaria de Serviços Urbanos e o Dmae afirmaram que as ruas Paulino Guerra e Paul Harris têm rede mista de esgoto. A coleta é feita por redes pluviais precedidas de tratamento local.
“O Dmae tem projetos prontos das obras de implantação de redes de esgoto cloacal na região. Para realizar as obras é necessário um grande investimento”, afirma a nota.
Em debate sobre o assunto na Câmara na terça-feira (11), a gerente de Planejamento do Dmae, Airana Ramalho do Canto, atestou que a intenção é ligar toda a região à Estação de Tratamento de Esgoto Sarandi. Ela garantiu que os projetos estão prontos, mas as obras dependem da liberação de recursos. Segundo Airana, a prefeitura aguarda a liberação de um financiamento do Ministério das Cidades, no valor aproximado de R$ 120 milhões, para executar macro-obras na região.