Seu Problema é Nosso
Professor de capoeira busca contribuições para compra de abadás, em Porto Alegre
Cerca de 25 crianças e jovens participam das aulas e aguardam o batizado, que acontecerá assim que conseguirem as vestimentas de capoeiristas
A solidariedade invade os corações, principalmente, em clima de final de ano. No caso de Adriano Vieira, 38 anos, pintor predial e contramestre de capoeira, o caráter solidário é formado pelo compromisso com as crianças do grupo de capoeira da Vila São Judas Tadeu, no bairro Partenon, em Porto Alegre. O pintor, que ensina o esporte voluntariamente, une esforços com a comunidade para adquirir o tecido para a confecção dos abadás — calças que compõem a indumentária dos capoeiristas. O valor necessário para a compra é de R$ 450.
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As aulas de capoeira reúnem cerca de 25 crianças e jovens na sede da Associação de Moradores da Vila São Judas Tadeu (Amovita). Adriano conta que o projeto social é realizado há cinco anos sem cobrar taxas. A iniciativa conta apenas com contribuições voluntárias.
— Não temos verba. Há alguns anos, ganhamos o berimbau da associação. Não recebo nada, ganho os sorrisos das crianças e isso já está bom — relata.
A intenção de Adriano é organizar o batizado dos alunos — celebração que os certificará como capoeiristas — assim que as vestimentas estiverem prontas.
— O batizado será feito pelo mestre Luiz Antônio Loreto, conhecido como Militar, que me ensinou na Associação Capoeira de Rua Berimbau, em Santa Maria. É muito bom as crianças terem outros ensinamentos, pois o esporte também as educa.
A presidente da Amovita, Sandra Paim, garante que o trabalho de Adriano faz diferença na comunidade:
— As crianças têm ele como uma referência boa, um homem do bem. Nas aulas, Adriano ensina os pequenos a ter disciplina e respeito.
Apoio
Além da colaboração da Amovita, Adriano conta com a ajuda de Jane Brochado, moradora da comunidade que se propôs a confeccionar os abadás:
— Fizemos uma rifa, mas o valor não foi suficiente para comprar o tecido. Arrecadamos R$ 382. Não daria para fazer todos os uniformes, então, preferimos esperar termos mais dinheiro.
Segundo Jane, o quilo do tecido, que é a helanca, custa entre R$ 39 e R$ 45. Para a confecção de todos os abadás, seria preciso em torno de 10 quilos.
— As crianças variam muito de tamanho, tem uns pequenininhos e uns maiores, por isso não dá uma quantidade de tecido exata para cada um — explica Jane.
O objetivo da arrecadação é os abadás, porém, segundo Adriano, o que sobrar será revertido para a compra de outras necessidades.
— Precisamos também de um tatame, camisetas e uma caixa de som. Qualquer ajuda é bem-vinda — salienta o professor.
Como ajudar
/// A entrega de doações em dinheiro ou em tecido pode ser feita na Amovita (Rua Nelson Duarte Brochado, 24, bairro Partenon), em Porto Alegre. São aceitas calças de capoeira prontas.
/// Outras doações também são recebidas, como de tatames e camisetas.
/// Mais informações podem ser obtidas com a colaboradora do projeto, Jane Brochado, pelo número (51) 99838-8637.
Produção: Caroline Tidra