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Seu Problema é Nosso

Sem remédio, mulher sofre com dor crônica

Cláudia Gama, 60 anos, moradora de Porto Alegre, precisa do remédio para tratar dor crônica e convulsões causados por uma nevralgia de trigêmeo

18/12/2018 - 09h53min


Desde novembro, a mediadora judicial desempregada Cláudia Gama, 60 anos, lida com a falta do medicamento Gabapentina 300mg — um anticonvulsivante. 

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Há dois anos, a moradora do bairro Santana, em Porto Alegre, recebe o remédio pela Farmácia de Medicamentos Especiais do Estado do Rio Grande do Sul. Ela utiliza–o para tratar dor crônica e convulsões causados por uma nevralgia de trigêmeo — distúrbio nervoso que provoca dor na região do rosto, por onde passa o nervo trigêmeo, responsável por carregar as mensagens resultantes das sensações do rosto para o cérebro. 

Sem previsão de ganhar o remédio pelo SUS novamente, acabou diminuindo a dose do tratamento, de três comprimidos por dia para apenas um. 

— Como eu não estou tomando a dose completa, ainda tenho para esta e a próxima semana. Mas depois, acabará. E o Estado diz que só chega de novo em fevereiro — conta Cláudia. 

Preço 

O sofrimento também está presente no bolso. Nas farmácias particulares, uma caixa de Gabapentina 300mg custa cerca de R$ 80, o que varia conforme o laboratório que produz. Por mês, Cláudia precisa de três caixas — 90 comprimidos. Sem ter o remédio, ela ainda usa paracetamol para aliviar a dor. 

— Conforme o tempo, a dor fica pior. Em dias como hoje (ontem), que pode chover, é muito ruim. Eu fico com enxaqueca, com dor de ouvido — relata. 

Cláudia lembra que a descoberta do problema de saúde foi complexa. Segundo ela, tentou vários tratamentos, até laser: 

— Primeiro, tu pensas que o problema é dentário. Vão investigando, até que te mandam para um neurologista. 

Medicamento "em estoque"

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) explicou que “ainda existe estoque disponível de Gabapentina 300mg em vários municípios no Estado” e que a “ próxima entrega do medicamento no almoxarifado da SES está prevista para o dia 27 de dezembro”. A SES afirma que a mais recente entrega feita a Cláudia foi no dia 14 de dezembro. 

Ainda segundo a SES, 2.999 pacientes usam esta medicação, no Estado, com custo mensal de R$ 94.500.

 Produção: Eduarda Endler

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