Explica aí
Porto Alegre é a quarta capital com maior incidência de tuberculose: saiba como prevenir e tratar a doença
Quem responde às perguntas é a médica da Secretaria da Saúde da Capital Juliana Pfeil
Neste mês, a prefeitura de Porto Alegre lançou um Plano Municipal de Enfrentamento da Tuberculose. O Diário Gaúcho convidou a médica da secretaria de saúde Juliana Pfeil para explicar os perigos desta doença.
Por que surgiu a necessidade de montar um plano contra a tuberculose?
A necessidade surgiu dos números alarmantes da doença em Porto Alegre. O município é a quarta capital em taxa de incidência da doença (aproximadamente 92 casos para cada 100 mil habitantes), possui uma alta taxa de abandono do tratamento (aproximadamente 24%) e uma baixa taxa de cura (cerca de 56%). Em Porto Alegre, existe um grande número de pessoas que necessita realizar o tratamento mais de uma vez, seja por não ter completado a medicação ou por reinfecção. A taxa de abandono no município é de aproximadamente 24% – o Ministério da Saúde recomenda taxa menor ou igual a 5%.
Qual a causa e como ocorre a transmissão da doença?
A maior parte da transmissão ocorre por via respiratória, pela inalação de gotículas produzidas pela tosse, fala ou espirro de um doente com tuberculose ativa de vias aéreas. A tuberculose é doença causada pelo Mycobacterium tuberculosis, que pode acometer uma série de órgãos e/ou sistemas. A sua forma mais frequente é a pulmonar. Os principais sintomas são: tosse, perda de peso involuntária, sudorese noturna e febre baixa (principalmente no final da tarde).
É possível prevenir?
A forma mais eficaz de interromper a cadeia de transmissão da doença é diagnosticar precocemente os pacientes com infecção respiratória ativa para que, com o tratamento, não haja disseminação da Mycobacterium tuberculosis. Além disso, algumas ações dificultam a transmissão: manter os ambientes ventilados e iluminados e uso de máscaras cirúrgicas por pessoas que possam estar transmitindo a bactéria e familiares.
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Quais as estratégias do município para o enfrentamento da doença?
Um novo modelo de monitoramento foi constituído, com contato semanal com os pacientes em tratamento contra a doença. É possível verificar se eles estão tomando a medicação corretamente utilizando aplicativos de videoconferência (telemedicina) e pelo monitoramento de todos os sistemas de informação da rede de saúde.
Para melhorar o diagnóstico, o exame de escarro foi disponibilizado em todas as unidades básicas e nos CAPS AD. Para facilitar o acesso ao tratamento, o paciente pode retirar o medicamento onde achar mais conveniente e não necessariamente em sua unidade de referência.
Já os médicos de toda a rede que atenderem pacientes com suspeita ou diagnóstico de tuberculose podem entrar em contato por e-mail (monitorasms@gmail.com) ou pelo telefone (51) 99247-0496 para encaminhá-los para tratamento.
Quem apresentar sintomas deve procurar qual unidade?
Qualquer unidade de saúde de Porto Alegre tem condições de realizar o diagnóstico e tratamento.