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Passagem do ônibus sobe nesta sexta-feira em Canoas 

Hoje a tarifa das linhas municipais sobe de R$4,20 para R$ 4,60. Conforme a prefeitura, o reajuste de 9,52% se dá por conta da queda de passageiros, entre outros fatores

21/03/2019 - 19h41min

Atualizada em: 26/09/2019 - 17h23min


Alberi Neto
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Alberi Neto / Agência RBS
Passageiros reclamam de atrasos e superlotação

Quem utiliza as linhas da Sogal em Canoas vai ter que desembolsar mais R$ 0,40 para pagar a passagem a partir desta sexta-feira. Esse é o valor do aumento da tarifa no transporte coletivo municipal da cidade. A tarifa até então em vigor, de R$ 4,20, saltou para R$ 4,60 — acréscimo de 9,52% no custo do tíquete. 

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A Sogal havia solicitado R$ 4,76 como novo valor da passagem. Após análise dos números apresentados pela empresa, técnicos da Secretaria Municipal de Transportes e Mobilidade (SMTM) chegaram aos R$ 4,65. O valor foi arredondado e aprovado, por unanimidade, pelo Conselho Municipal de Transporte (CMT), ficando em R$ 4,60 a tarifa final, valor sancionado pelo prefeito Luiz Carlos Busato na segunda-feira. 

Além da alteração na passagem, a prefeitura também alterou o tempo para uso da integração entre linhas, passando dos atuais 30 minutos para 60 minutos de intervalo entre uma viagem e outra. Com a integração por meio do cartão TEU, o usuário pagará apenas 50% da tarifa na segunda viagem. A medida também vale para estudantes. O transporte seletivo não teve reajuste, a passagem segue custando R$ 5,10.

Seminovos

No final do ano passado, o Diário Gaúcho mostrou que a empresa Sogal e a prefeitura anunciaram a inclusão de 18 ônibus na frota da cidade. Anunciados como novos, alguns dos veículos rodavam desde 2012. Na época, o secretário de Transporte e Mobilidade de Canoas, Ademir Zanetti, confirmou que os carros eram seminovos, "mas com poucos anos de uso". 

— Citamos como novos, no sentido de termos tirado outros mais antigos para colocar estes — defendeu Ademir.

Alberi Neto / Agência RBS
Aumento vai afetar o orçamento de Ivânia

Alguns passageiros já citavam insatisfação com o sistema durante aquele período. Agora, com o acréscimo de R$ 0,40, as reclamações se tornaram mais incisivas nas críticas feitas pelos passageiros. Para a auxiliar de cozinha Ivânia Silva dos Reis, 45 anos, a alteração terá impacto no orçamento. 

— Com o salário que eu ganho, esse aumento vai levar mais uma parte significativa embora. A gente paga caro por ônibus que estão sempre atrasados ou, às vezes, nem aparecem — relata ela, que usa o ônibus para ir e voltar para casa, no bairro Estância Velha. 

Expectativa

Morador do bairro São José, o estudante de análise e desenvolvimento de sistemas Igor Leoni, 21 anos, acredita que o aumento não reflete o que ele vê no sistema. Para ir à aula e também ao trabalho, ele utiliza as linhas da Sogal diariamente. Com o aumento nos gastos com passagens, Igor espera que o sistema melhore.

— Atualmente está complicado. Agora, por exemplo, estou esperando o ônibus fazem mais de 20 minutos. Passam muitos com o letreiro de recolhe, e poucos operando alguma linha — crítica o estudante. 

Márcio Linck, 41 anos, também mora no bairro São José. Voltou a utilizar os coletivos recentemente para se deslocar ao trabalho, na área da Informática. Para ele, o novo aumento deve tirar mais usuários do sistema. 

— Vi que uma das razões que deram para o aumento é a queda no número de passageiros. Mas aí aumentam mais ainda. Desse jeito, acho que mais gente vai deixar de usar. Em alguns casos, está mais barato ir com carro de aplicativo — aponta Márcio.

Além das reclamações relacionadas ao atraso dos coletivos e do alto preço da tarifa, outro ponto relatado por usuários é a superlotação. A auxiliar de limpeza Irene Alves, 42 anos, conta que a lotação para se deslocar até o bairro Harmonia, na região onde mora, é o que mais incomoda:

— Está sempre lotado, acho que é porque demora entre um e outro, aí lota, ainda mais quando preciso embarcar aqui no Centro, é complicado.

Alberi Neto / Agência RBS
Irene (de blusa vermelha), costuma pegar ônibus lotados

Sogal dá as razões para o aumento

Conforme o diretor da Sogal, Marlon Casagrande, o aumento da tarifa é feito com base em planilha de cálculo que estratifica todos os investimentos e custos do sistema. Entram nessa conta a renovação da frota, custos com a folha de pagamento, insumos relacionados a manutenção da frota e operação.  

— Somando isso a perda constante de passageiros, gera-se um desequilíbrio econômico financeiro sem precedentes — justifica Marlon.

Segundo ele, a queda no número de usuários causou uma crise no setor de transporte público. Em Canoas, segundo o presidente, no último ano, 1,6 milhões de passageiros pagantes deixaram de usar o ônibus. 

— Foram R$ 6,8 milhões que estavam previstos no cálculo tarifário de 2018 e que não entraram na receita da empresa — explica o diretor da Sogal. 

Em relação às reclamações relacionadas as linhas da Sogal, Marlon afirma que os atrasos são mais em função da falta de estrutura da cidade, que não tem um sistema de trânsito que prioriza o transporte público. Passageiros da Sogal que quiserem relatar problemas em veículos da frota ou atrasos nos horários podem entrar em contato com a ouvidoria da empresa pelo telefone (51) 3472-6233, de segunda a sexta, das 8h às 12h, e das 13h às 18h.

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