Seu Problema é Nosso
Moradora de Cachoeirinha reclama de atendimento em posto de saúde no bairro Jardim Betânia
A falta de vacina é um dos problemas que preocupa a dona de casa Inês Sperb. Ela procurou o posto para vacinar sua neta
— É um absurdo — afirma a dona de casa Inês Sperb, 47 anos, referindo-se ao atendimento do posto Estratégia em Saúde da Família (ESF) Jardim Betânia, no bairro de mesmo nome, em Cachoeirinha. Ela tentou vacinar sua neta, de oito meses, há cerca de 60 dias. No entanto, as doses para prevenção contra a meningite estavam indisponíveis. Segundo ela, o atendimento poderia ser melhor.
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— Eu vou todo mês. Não tem vacina. Quando tu vais ali, o atendimento é ruim. Vale mais a pena ir direto em um hospital ou em outro posto. Afora as fichas, que tem gente que fica ali na fila desde as cinco da manhã e não consegue atendimento — queixa-se a dona de casa.
A falta de vacinas contra a meningite e a gripe, a baixa quantidade de fichas e o atendimento prestado incomodam os moradores da região, que fica a 11 quilômetros do Centro. Uma leitora que não quis se identificar aponta outro problema: a capacidade de atendimento.
— Hoje, a estrutura não comporta atender nem metade da comunidade, em torno de 8 mil pessoas. Os bairros Residencial do Lago, Meu Rincão e Campo Belo deveriam ser atendidos ali. No entanto, não estão sendo, pois o posto não cadastra os moradores — conta ela.
Atualmente, a ESF Jardim Betânia conta com dois médicos da família, um pediatra, um dentista e um farmacêutico. Na farmácia, o atendimento foi diminuído, segundo os moradores. Antes, a dispensação de medicamentos era diária. Agora, somente nas manhãs das segundas e sextas-feiras.
Animais
Conforme fotos enviadas ao Diário, um cachorro e um gato circulam livremente pelas dependências do posto, preocupando usuários quanto à higiene. O fato foi divulgado em uma página de moradores no Facebook, na qual são registradas outras reclamações.
Município pretende resolver situações
O secretário de Saúde de Cachoeirinha, Paulo Abrão, confirmou a limitação de cadastramento de novos usuários:
— O posto é ESF, e esse programa trabalha com área delimitada.
Sobre as vacinas, o secretário informou que a falta das doses acontece “na mesma proporção que o Estado fornece ou não”. Ele credita a falta da vacina para meningite, também, à procura da comunidade, frente a relatos de casos de morte devido à doença.
Quanto aos animais, o secretário afirma que já foram tomadas providências para removê- los da ESF. Sobre as fichas, Paulo garante que a equipe do posto já foi orientada a informar previamente a disponibilidade.
Distribuição está normal, diz Estado
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) afirma que a distribuição de vacinas contra gripe e meningite “encontra-se normalizada no Estado”. A pasta explica que “para a campanha de gripe, o Estado recebe periodicamente novos lotes do Ministério da Saúde”, chegando a quase 4 milhões de doses ao Rio Grande do Sul.
A nota afirma ainda que, caso o município consuma todo o seu estoque, ele é reposto assim que o Estado recebe um novo lote. A SES ressalta que “pode haver o desabastecimento pontual de alguma Unidade Básica de Saúde”.
O próprio município pode fazer o controle, redistribuindo as doses entre suas unidades, recomenda a pasta.
Produção: Ásafe Bueno