Estado pode perder recursos
Com dinheiro na conta, escolas enfrentam longa espera por melhorias
Valores foram obtidos por meio de financiamento com o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento para reforma e melhorias de 891 escolas. Porém, apenas 441 foram concluídas
891 escolas estaduais foram beneficiadas com R$ 134 milhões nos anos de 2016, 2017 e 2018 para reformas e ampliações. O dinheiro foi obtido por meio de financiamento com o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento. As obras devem ser concluídas até o dia 31 de maio. Caso contrário, o dinheiro precisa ser devolvido. Porém, apenas 441 delas – pouco menos da metade – foram concluídas até agora. A espera ocorre por motivos variados.
Projeto redimensionado
A Escola Estadual de Ensino Médio Polisinos, no bairro Rio Branco, em São Leopoldo, recebeu no ano passado R$ 330 mil para reforma elétrica dos prédios que abrigam mais de 50 salas de aula. No entanto, o projeto contratado exigiu um investimento maior do que o disponibilizado pelo financiamento e precisou ser redimensionado. Segundo o diretor Eloyr Raul Schneider, a expectativa pela liberação da obra é grande, visto que é uma demanda urgente. Desde o fim do ano, a documentação está em análise na CROP.
– Temos recursos guardados para compra de climatizadores, mas dependemos da reforma elétrica para dar andamento à instalação – explicou.
Várias construções compõem a escola, localizada em uma área de três hectares, após a unificação de duas instituições de ensino. Um desses prédios, conforme a direção, tem cerca de 70 anos. A escola recebe, diariamente, 1.150 alunos.
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Dinheiro já na conta
Em Porto Alegre, também em 2018, o Colégio Estadual Japão, do bairro Jardim Itu-Sabará, foi beneficiado com R$ 330 mil que seriam destinados para obras diversas: reforma da cozinha, refeitório, banheiro e até para uma parede do ginásio que está condenada. De acordo com a diretora Jussara Pinho, a escola está fazendo os orçamentos, mas tem encontrado dificuldade em localizar uma empresa disponível para a empreitada.
– A maioria das empresas que tem a documentação necessária para fazer a obra não está querendo pegar o serviço. Não sei por qual razão. Mas acreditamos que não demorará para conseguirmos dar sequência. E, pelo que sei, a minha escola não se enquadraria nesse valor a ser devolvido, pelo menos é a informação que tenho, pois o dinheiro só entrou na nossa conta este ano – disse.
Há dois anos...
A Escola Estadual João Barbosa, no bairro Universal, em Viamão, tem há dois anos R$ 150 mil na conta para uma reforma emergencial na rede elétrica, que é antiga. Mas ainda não conseguiu utilizar o recurso, pois o projeto está aguardando vistoria da 28ª Coordenadoria Regional de Obras Públicas (CROP). A escola sofreu um incêndio no ano passado e perdeu um pavilhão inteiro onde ficavam salas de aula e a informática.
Com isso, a direção e a supervisão estão funcionando dentro da biblioteca, que foi desativada. Alunos do 1º e 2º ano foram parar na antiga sala de professores, e os do 9º ano, uma turma com 22 adolescentes, em um galpão de madeira nos fundos da escola.
Os recursos destinados pelo governo às escolas estaduais podem ser utilizados para despesas de manutenção em prédios e demais situações necessárias ao funcionamento das instituições escolares, como pequenos consertos, compra de materiais administrativos, reposições, instalações de equipamentos, entre outros, dependendo do projeto os quais foram planejados.