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Clube dos Corações EX-Solitários

Amores que nasceram nas páginas do jornal

No dia em que os apaixonados celebram o amor no Brasil, o Diário Gaúcho conta histórias de duas famílias formadas com a ajuda da seção criada há 19 anos

12/06/2019 - 10h45min


Marco Favero / Agencia RBS
Paixão à primeira ligação

Amor à primeira ligação. Foi assim que começou o sentimento entre a artesã Elisabete Dusik, 35 anos, e o funileiro Luciano do Livramento, 41 anos, no ano de 2002, em Cachoeirinha. A pequena descrição dela no Clube dos Corações Solitários, na época com 18 anos, despertou o interesse do jovem, que decidiu ligar bem cedo, após ler o jornal comprado por seu pai. 

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Em poucas palavras, o perfil de Elisabete foi enviado por amigas que queriam fazer com que ela conseguisse um namorado — já que seus pais não a deixavam sair com elas. À época, a equipe de reportagem não confirmava a participação dos leitores antes de o perfil ser publicado, e isso tornou possível a brincadeira. 

Sem saber 

A ligação de Luciano foi a primeira da manhã, às 7h, e pegou Elisabete de surpresa. Ela não estava entendendo o motivo do contato, que foi explicado pelo rapaz. 

— Quando cheguei na escola, minhas colegas estavam rindo. Meu telefone não parava de tocar. Foram umas 15 ligações, de muitos homens bem mais velhos do que eu. No final do dia, tive que trocar de chip, mas, antes, avisei o Luciano que tinha reservado o número dele — relembra a artesã. 

Beijo no rosto 

As conversas entre os dois continuaram por três semanas, até o primeiro encontro. 

— Ele estava de atestado médico por ter feito uma operação em um dos olhos e resolveu, do nada, passar lá em casa. Eu tive vergonha de convidá-lo para entrar, então ficamos na varanda de casa, conversando, enquanto meus dois irmãos menores espiavam — conta Elisabete. 

Conversa vai, conversa vem e Luciano foi embora com apenas um beijo no rosto. No outro dia, de acordo com o casal, ele tomou a inciativa de ir buscá- la no trabalho: 

— Ele me mandava mensagens, mas eu estava sem saldo para responder, então ele me ligou dizendo que me buscaria. Nesse dia, estava todo arrumado e cheiroso. Falou que ia conversar com meus pais, pois gostou muito de mim. Apesar do meu pai ser conservador, meus pais o receberam muito bem. 

Oito meses depois, o casal já falava em noivado. 

— Como ele já tinha sido casado, oficializamos nosso casamento em um cartório de Gravataí no dia 14 de dezembro de 2003. E, há pouco tempo, em abril de 2018, fomos abençoados por um diácono da igreja católica. Eu o amo muito. Com certeza, encontrei o amor da minha vida. 

Desde que casaram, eles mantiveram o laço afetivo com o jornal, comprando todos os dias e interagindo com a redação. Eles já apareceram em publicações na seção # EuNoDG e colecionam os kits do Junte & Ganhe

Marco Favero / Agencia RBS
O amor rendeu frutos: os filhos Isadora e Adam

Apaixonados 

Segundo Elisabete, a conversa carinhosa de Luciano, que é atencioso e amoroso, não mudou desde que se conheceram. 

 — Ele contava muitas piadas, me fazia rir o tempo todo. Com ele, quero fazer bodas de prata e de ouro — afirma a artesã apaixonada. 

Se passaram 17 anos, e o amor cresceu em formato de família. O casal teve dois filhos: Isadora, 12 anos, e Adam, cinco anos. Luciano garante que eles não se estressam: 

— A gente se diverte juntos, não tem tempo ruim! Ela e as crianças são tudo para mim! 

Namoro começou com encontro na estação de trem

Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
O casal marcou de se encontrar na Estação Mercado

Foi em busca de companhia que Carlos dos Santos Pereira, 61 anos, então morador do bairro Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre, escreveu para o Clube dos Corações Solitários em maio de 2003. Após a publicação, ele, que esperava ligações de pretendentes, não contava com o furto dos fios de seu telefone fixo. 

— Fiquei preocupado, mas, depois de alguns dias, colocaram os fios novamente e tocou o telefone — conta Carlos. 

Na época, ele tinha três encontros marcados. Porém, desistiu de todos quando escutou a voz da nutricionista Cleide Garcia Gilbeck Dalbem, 59 anos, de Esteio

— Ela me ligou sábado à noite, querendo me encontrar no dia seguinte, no centro — relembra o construtor e jardineiro. 

Encontro no trem 

A descrição simples de um homem divorciado e trabalhador chamou a atenção de Cleide, que foi incentivada por uma prima a ligar para Carlos. Antes, ela tinha conhecido outros dois pretendentes, também pelo Clube, mas as personalidades não foram compatíveis com o que esperava. 

Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Feitos um para o outro

O casal marcou o encontro na estação Mercado do trensurb no dia 9 de junho de 2003. Ele estava com uma rosa nas mãos, à espera de Cleide. Três trens passaram, e nada de a pretendente aparecer. Carlos estava prestes a desistir quando ouviu alguém chamar seu nome. Lá estava ela. 

A conversa, com troca de olhares envergonhados, na Praça da Alfândega, teve seu ápice quando Cleide deu um beijo no rosto de Carlos. Os planos e ideais que ambos buscavam coincidiam. 

— Ali nasceu uma rica de uma amizade. E eu até esqueci a rosa — relembra Carlos. 

O dia 12 de junho marcou a data de início de namoro e, logo depois, eles foram morar juntos. A oficialização do casamento ocorreu em novembro de 2016. Hoje, o casal vive em Sapucaia do Sul. 

— Acho que o momento em que ele apareceu na minha vida foi muito especial. É o amor da minha vida! — declara-se a apaixonada Cleide. 

— Sou grato a Deus por esses 16 anos juntos. A amo muito — diz Carlos. 

Para participar do Clube dos Corações Solitários:

/// Escreva para Clube dos Corações Solitários, Diário Gaúcho, Avenida Ipiranga, 1075, CEP 90169-900.
/// Pode ser também pelo e-mail para atendimento@diariogaucho.com.br.
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///  Engatou namoro por meio da coluna? Conta pra gente: (51) 3218-1654.

Produção: Caroline Tidra

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