Problema
Buracos e desgaste do asfalto atrapalham trajeto de ônibus na zona sul da Capital
Asfalto das faixas e corredores de ônibus está cedendo em vários trechos
Há alguns dias, um motorista de ônibus, que não quis se identificar, relata ter quebrado o espelho retrovisor do veículo que dirigia pelas principais vias da zona sul de Porto Alegre, tamanho o sacolejar em função das deformidades que se formam pelo asfalto. Avenidas importantes da região, como Cavalhada, Nonoai, Eduardo Prado e Juca Batista, estão com diversos trechos com asfalto irregular, cedendo, rachado e com buracos. A situação não seria de hoje, segundo o profissional.
— Faz tempo que está assim. Como vamos ter ônibus novos com as ruas desse jeito? Bate tudo, sem falar nas obras mal acabadas pelo caminho — relata.
No final da semana passada, a reportagem percorreu as quatro avenidas, tanto no sentido bairro-Centro, como no sentido contrário, e a situação é parecida em todas elas. Em alguns trechos, o asfalto chega invadir as calçadas em função das deformidades. Bueiros que dão acesso às redes de esgotos e outros usados por empresas de telefonias também contribuem para que o asfalto ceda, causando o desnivelamento da pista e o aumento na trepidação dos veículos.
Nas paradas de ônibus, que precisam suportar o peso dos veículos parados, as situações são ainda mais recorrentes. Muitos veículos saem da faixa de ônibus para pistas secundárias a fim de evitar o asfalto defeituoso.
Rotina
Os militares Juan Teixeira, 18 anos, e Lucas Moraes, 20 anos, usam o T11 diariamente para se deslocar na Capital.
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— O problema está por várias ruas, é um barulhão dentro do ônibus. Ali na Juca Batista já aconteceu de estragar (o ônibus), mas temos que nos acostumar, pois é o que se oferece — comentam os amigos.
Bem em frente ao Zaffari da Avenida Juca Batista, há um paradão de ônibus. Nele, o asfalto está retalhado e remendado. Usuária diária da linha 171, a cuidadora de idosos Eli Trelha, 67 anos, conta o quão difícil é circular pelas ruas da Zona Sul:
— Moro na Ponta Grossa e trabalho na Pedra Redonda. É horrível andar assim, é ônibus que estraga, fica bem complicado.
A aposentada Maria de Lourdes Buselatto, 64 anos, que utiliza quase todas as linhas que circulam pela zona sul da Capital, destaca que muitas vezes os ônibus estacionam longe do meio-fio para escapar dos desnivelamentos das pistas.
— Nesse estado, eles têm até dificuldade de estacionar. Quando estou dentro do ônibus não consigo nem mais ficar em pé de tanto que balança — relata.
Obras estruturais para breve
Em nota, a Divisão de Conservação de Vias Urbanas (DCVU) informou que vem trabalhando constantemente nas vias retratadas pela reportagem, assim como em toda a zona sul da Capital. Ainda na semana passada, por exemplo, teria feito reparos na Avenida Nonoai e, nesta semana, segue com as manutenções. "
Vale ressaltar ainda que nove equipes, somando mais de 60 profissionais, trabalham diariamente na conservação do asfalto, calçamento, patrolamento, entre outras pequenas obras nas vias da região. Por fim, a prefeitura de Porto Alegre lembra que tem estudos e projetos em andamento e que vai licitar, em breve, obras estruturais desses locais".