Piquetchê do DG
Saiba como funciona a seleção de novos narradores de rodeios
Inscrições para quem deseja credenciamento pelo MTG para realizar a atividade vão até 9 de agosto. Interesse pela função vem crescendo
Assim como narradores de futebol, de vôlei, automobilismo, os narradores de rodeio precisam ter habilidades específicas para o desempenho da atividade: uma boa voz, excelente memória, conhecimento sobre o regimento, o tradicionalismo e os competidores. Atualmente, o Estado tem 192 narradores credenciados pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), dentre eles, uma única mulher, Laine Araújo. A função é muito apreciada no meio e o interesse não para de crescer.
Até o dia 9 de agosto, o MTG estará recebendo inscrições para a nova seletiva para a função. O credenciamento e a prova ocorrerão no dia 24 de agosto, na Associação Tradicionalista Estância do Minuano, em Santa Maria. Os narradores, conforme editorial do ex-presidente do MTG Manoelito Savaris, surgiram praticamente junto com os torneios de tiro de laço e gineteadas, que evoluíram para os rodeios.
Desde os anos 2000, o MTG tem um departamento específico para narradores. A ideia era que eles pudessem ter um ponto de apoio para qualificação, organização e troca de experiências. O departamento é formado por uma diretoria e pelo conselho de vaqueanos que faz a avaliação dos narradores na seletiva.
– Essa admissão não é para ser excludente, apenas tenta inserir no meio um padrão. Um pequeno evento, que seja, necessita de, pelo menos, três narradores. Alguns eventos maiores têm até 10 – explica o presidente do Conselho de Vaqueanos do Departamento de Narradores do MTG, Tiago Baggiotto, 39 anos.
Ganho por evento
Os narradores são contratados por evento e têm livre mercado. Em média, segundo Baggiotto, que também é narrador desde 2004, eles ganham R$ 1,5 mil por evento. Como são vários profissionais contratados para dar conta de um dia inteiro de provas, a tendência é de que a jornada não seja exaustiva.
– Têm rodeios que começam às 8h e terminam às 20h. Geralmente, (o profissional) narra uma hora e precisa folgar, no mínimo uma hora. Se possível, duas. Então, há um revezamento – relata Tiago.
Quanto ao exercício da atividade, não há grandes restrições ou exigências. Narradores não credenciados podem fazer intervenções, mas não podem narrar um evento como os credenciados.
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– Se tenta uma uniformização, mas não chega a ser radical. Antes, havia uma restrição total (na participação dos que não eram credenciados), mas, depois, começou-se a pensar em como se formariam novos narradores, se eles não tivessem a chance de narrar. Então, hoje se dá a oportunidade – detalha Tiago.
Quer participar?
A seleção tem três etapas: prova escrita, entrevista e prática. Segundo Tiago, a prova escrita avalia o conhecimento do candidato sobre o regimento interno, regulamento campeiro e conhecimento tradicionalista. A entrevista é realizada por membros do MTG.
E a prova prática, avaliada pelos conselheiros, analisa dicção, oratória, desenvoltura, conhecimento campeiro, técnico, leitura, entre outros componentes.
Para participar, o candidato deve ter realizado o Curso de Formação Tradicionalista (CFOR) anteriormente. A próxima turma será em 10 de agosto, em Tupandi. Homens e mulheres podem participar, e a idade mínima é 18 anos.
Documentos necessários
/// Cartão de Identidade Tradicionalista válido
/// Certificado do CFOR
/// Proposta de credenciamento devidamente preenchida
/// Ficha de indicação das entidades filiadas ao MTG (estão disponíveis no site da entidade)
/// Parecer favorável do coordenador da região onde o candidato reside
/// Taxa de inscrição via depósito bancário na conta do Departamento de Narradores (Banrisul – Agência 0838 C/c 06.124213.0-0. O valor é R$ 250)