Notícias



Educação

Estudantes começam cursos de inglês de graça em iniciativa de casal de Alvorada

Eduardo e Miriam receberam mais de 70 inscrições para a oportunidade, que foi divulgada em reportagem no início do mês

13/08/2019 - 05h00min


Alberi Neto
Alberi Neto
Enviar E-mail
Félix Zucco / Agencia RBS
Bolsistas passaram por processo de seleção

Por enquanto, o bate-papo ainda é em português. Mas, logo, os novos alunos da escola de línguas Change, do bairro Bela Vista, em Alvorada, estarão conversando em outro idioma: o inglês. Desde sábado (10), 30 estudantes começaram a fazer parte do corpo de alunos da instituição — alguns ainda estão sendo encaixados nas turmas. Todos são bolsistas selecionados pelo casal de professores Eduardo Fortes Santos, 49 anos, e Miriam Fortes Santos, 42 anos, que mantém a instituição desde 2013. 

Leia outras notícias do Diário Gaúcho

Os alunos selecionados procuraram a escola depois de uma reportagem publicada pelo Diário Gaúcho no dia 1º de agosto. Eduardo e Miriam revelaram que a instituição forneceria 30 bolsas de estudos para jovens com idade entre 15 e 20 anos, estudantes de escolas públicas e moradores de Alvorada. O casal surpreendeu-se com a repercussão da iniciativa. Mais de 70 candidatos foram pessoalmente participar do processo seletivo, que ocorreu no dia 2 de agosto. Pelas redes sociais, mais de 200 pessoas procuraram a escola para pedir informações. Para os dois professores, envolvidos com o ensino de outras línguas desde os anos 1990, o essencial para a seleção era a condição e vontade do aluno em aprender.

— Conhecemos dezenas de histórias incríveis. Pessoas que vão se deslocar de outras partes da cidade de ônibus, dormir na casa de amigos, trabalhar de dia e estudar aqui à noite. Enfim, são muitas histórias de superação. E esperamos que o idioma ajude o mudar o futuro destes que foram selecionados para o projeto — torce Eduardo.

Intercâmbio

Como o DG mostrou no início do mês, a escola de idiomas tem ex-bolsistas que, com o aprendizado de uma segunda língua, conseguiram estudar no Exterior, participando de intercâmbios na Itália e na Alemanha. Além disso, junto com os novos bolsistas, quatro estudantes de países europeus irão passar um ano em Alvorada, aprendendo português na escola criada por Eduardo e Miriam, além de trabalharem como voluntários em organizações sociais do município da Região Metropolitana e também em Porto Alegre.

Leia também
Casal de Alvorada oferece bolsas de estudos para jovens de baixa renda aprenderem inglês
Pedagoga faz vaquinha para construção de biblioteca comunitária no Princesa Isabel
Mais de 250 mil gaúchos estão inscritos no Encceja: saiba como se preparar para a prova

— Vai ser um período de muito aprendizado para os brasileiros e estes alunos que vieram fazer intercâmbio aqui — conta Miriam.

Os alunos selecionados para a bolsa de estudos na Change não têm tempo limitado de estudo. A ideia é que eles dominem o inglês, mas depois podem aprender os outros idiomas disponíveis no currículo da instituição.

— A gente brinca que a bolsa é para a vida toda, só depende da vontade do aluno — conta Eduardo.

Realizados com a nova oportunidade

Na tarde desta segunda-feira (12), o DG conversou com alguns dos bolsistas que foram selecionados para o projeto. Era o primeiro encontro deles, numa conversa onde Miriam e Eduardo explicaram um pouco o método de ensino da escola de Alvorada. 

Félix Zucco / Agencia RBS
Eduardo e Miriam esperam que iniciativa ajude estudantes a mudarem suas trajetórias

Para Maísa Machado, 17 anos, estudante do curso técnico de Audiovisual do campus Alvorada do Instituto Federal (IFRS), a bolsa na Change vai ser uma chance de ampliar ainda mais suas chances no mercado de trabalho. Muito animada com a oportunidade, ela conta que deseja estudar até conseguir fazer um intercâmbio.

— Uma professora do IFRS compartilhou a reportagem comigo e alguns colegas. Viemos juntos tentar a bolsa — recorda ela, que mora no bairro Salomé.

No caso de Emilly Matias, 16 anos, foi sua mãe quem viu a reportagem no Diário e lhe avisou da oportunidade. Emilly leu o texto e decidiu ir à escola no dia da inscrição. A moradora do bairro Umbu também foi uma das selecionadas:

— Gostei muito do ambiente. Não teria condições de pagar um curso completo de inglês. Por isso, estou muito feliz com a oportunidade. 


MAIS SOBRE

Últimas Notícias