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Saiba como a Chama Crioula chega a cada Região Tradicionalista

Chama Crioula é levada por cerca de 1,5 mil cavaleiros a 300 cidades gaúchas, uma marca no início dos Festejos Farroupilhas

19/08/2019 - 05h00min


Jéssica Britto
jessica.britto@diariogaucho.com.br
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Prefeitura de Tenente Portela / Divulgação
Geração e distribuição ocorreu no Parque Águas de Moconá, em Tenente Portela

O município de Tenente Portela, no noroeste do Estado, foi palco na última sexta e sábado da 72º Geração e Distribuição da Chama Crioula. Cerca de 1,5 mil cavaleiros das 30 Regiões Tradicionalistas (RTs) deixaram suas cidades e foram até o local participar deste momento simbólico do tradicionalismo gaúcho, um marco no início das comemorações dos Festejos Farroupilhas.  

Na sexta, ocorreu uma apresentação em reconhecimento aos feitos da Coluna Prestes e da influência dos povos indígenas na formação do povo gaúcho. A Chama foi conduzida pela Ordem dos Cavaleiros do Estado (Orcave) até o Parque Águas de Moconá, onde estavam acampados os responsáveis por distribui-la por mais de 300 cidades.

— Cada RT tem um grupo de cavalgada e cada delegação recebe uma centelha da Chama para levar até as suas regiões. Ao chegarem nas localidades, ela pode ser redistribuída entre os municípios que têm interesse. Este é um símbolo que sintetiza todo o trabalho praticado por Paixão Côrtes (1927-2018) em prol da nossa cultura — explicou o presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Nairo Callegaro. 

Após receberem a centelha e levarem para as suas regiões, cada cidade realiza uma programação e se responsabiliza, posteriormente, pela extinção da Chama. A escolha da cidade que sediará o evento de acendimento da Chama e que, normalmente, envolve milhares de pessoas, segue um calendário pré-estabelecido pelo MTG até 2044. Em 2020, será a vez de Canguçu. 

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Privilégio

Os cavaleiros representantes das RTs veem a oportunidade de conduzir a Chama como uma responsabilidade e, ao mesmo tempo, uma chance de valorizar o movimento gaúcho.

Prefeitura de Tenente Portela / Divulgação
Todas as regiões do Estado se encontram para participar de momento simbólico

A 1ª Região Tradicionalista, por exemplo, que responde por 11 cidades, enviou 25 pessoas – 18 cavaleiros e cavaleiras, quatro motoristas e três pessoas no apoio de logística e alimentação – para buscar uma centelha da Chama. 

Segundo o tenente Airton de Souza Espíndola, responsável pelo roteiro, a comitiva percorrerá 601 quilômetros entre Tenente Portela e Cachoeirinha. O grupo deixou a cidade ontem e deve chegar à Região Metropolitana em 2 de setembro.

— É a valorização do Rio Grande, um símbolo do gauchismo, de demonstrar o valor do povo gaúcho. O Rio Grande do Sul foi construído no lombo do cavalo. Além disso, é uma possibilidade de confraternização entre amigos, muitos estão aqui acompanhados das famílias — destaca.

Em Cachoeirinha, a Chama Crioula ficará acesa no CTG Guapos de Amizade, na Vila Monte Carlo.

História da Chama

Conforme informações do site do MTG, a ideia de criar uma chama crioula surgiu num momento em que no Colégio Júlio de Castilhos, em Porto Alegre, um grupo de jovens programava uma série de atividades comemorativas à Revolução Farroupilha, coincidindo com a programação da Liga de Defesa Nacional, alusiva à Semana da Pátria, e que pretendia transladar os restos mortais do General David Canabarro de Santana do Livramento para Porto Alegre. 

Em 1947, os restos mortais de Canabarro foram recebidos na Capital por oito jovens que, à cavalo, formaram uma guarda típica gauchesca, entre eles Paixão Côrtes. 

A primeira Chama Crioula foi retirada do fogo simbólico da Pátria à meia-noite do dia 7 de setembro de 1947. Desde então, o ato se repete a cada ano. O fogo simboliza a fertilidade, o calor, claridade, ardor, paixão, hospitalidade e coragem.

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