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Resolvido: tratamento de Geneci, de Porto Alegre, é retomado
Após mais de 50 dias de espera, ela conseguiu aplicar a injeção semestral necessária para tratar a sua doença
Agora, o rosto não é mais motivo de vergonha para a dona de casa Geneci Maria Barela Porto, 51 anos, moradora do bairro Lami, em Porto Alegre. Após mais de 50 dias de espera, ela conseguiu, finalmente, aplicar a injeção semestral de toxina botulínica (botox), necessária para tratar a sua doença.
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A dona de casa possui blefaroespasmo hemifacial no lado direito do rosto, um tipo de paralisia facial que não tem cura, apenas tratamento. Por conta disso, tinha o olho direito fechado e parte do rosto contraída. Geneci, que antes trabalhava no comércio, sentia-se envergonhada pela sua aparência.
— Precisei sair do meu emprego, porque trabalhava atendendo as pessoas e fi cava com vergonha.
O atraso na entrega do medicamento já foi retratado pelo Diário Gaúcho três vezes. Na publicação mais recente, no dia 25 de setembro deste ano, ela aguardava a reposição do estoque havia mais de 40 dias. Na época, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) garantiu que o botox seria reposto nas prateleiras da Farmácia Estadual da Capital, onde Geneci o retira, até 30 de setembro. De acordo com a dona de casa, esse prazo foi atendido:
— Eles cumpriram direitinho. Na data que disseram, eu cheguei na farmácia, e o remédio estava lá!
Depois disso, ela teve de marcar a aplicação do botox na Santa Casa de Misericórdia da Capital. Como houve a demora na reposição do estoque, a aplicação ocorreu somente no dia 13 de novembro.
Repasse é federal
Ao ser questionada sobre a reposição da toxina, a SES reforçou que a compra é feita de forma centralizada pelo Ministério da Saúde, que repassa trimestralmente ao Estado quantidades necessárias para atendimento da demanda. Também de acordo com a SES, além de Geneci, outros 320 pacientes utilizam a toxina para tratamento.
Vida nova, sem constrangimento
A aplicação de botox não trata apenas as contrações causadas pela paralisia, mas também auxilia na saúde mental de Geneci. Em fevereiro deste ano, ela havia vencido um quadro de depressão após o uso do medicamento. Com o novo atraso na entrega, a dona de casa conta que a tristeza voltou, pois, além de pedir demissão do emprego, tinha vergonha de sair de casa.
— As pessoas sempre perguntavam o porquê do meu olho estar caído. Ficava muito envergonhada — desabafa.
Com a nova aplicação, Geneci diz estar mais disposta e pensa em voltar para o mercado de trabalho:
— Agora que eu estou bem, já comecei a largar currículo novamente. Estou muito feliz. O Diário Gaúcho ajudou muito!
Produção: Thayná Souza