DESABASTECIMENTO
Em meio a calorão de 35,3°C, moradores de bairros de Porto Alegre enfrentam novo dia de falta d´água
Relatos de problemas com abastecimento chegaram de diversas regiões da Capital. Diante da situação, Dmae publicou esclarecimento
Em alguns bairros de Porto Alegre, um fato está incomodando mais do que o calor escaldante dos últimos dias – que nesta quinta-feira (26) chegou a 35,3°C na Capital. É a falta d’água, que parece não ter data para ir embora.
Na edição desta quinta-feira (26), o DG mostrou como estava a situação em pontos das zonas Leste e Norte. E o cenário não mudou de um dia para o outro. Na casa do zelador Nicolas Douglas Guarch Schmadecke, 27 anos, a torneira fica mais tempo seca do que funcionando.
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O morador do bairro Coronel Aparício Borges, na Zona Leste, diz que a situação já se estende há pelo menos dois meses. Para lidar com o problema, a família enche garrafas d’água nos poucos momentos do dia em que o abastecimento funciona.
– É complicado sair do serviço, buscar os filhos na escola e não ter água quando chegamos em casa. Complica tudo – desabafa o zelador, que divide a residência com a esposa, dois filhos e sua mãe.
Proprietária de uma empresa de doces e salgados no bairro Mario Quintana, na Zona Norte, Jaqueline Viegas dos Passos, 52 anos, garante que a falta de água já tem até hora marcada. Diariamente, por volta das 16h, o abastecimento cessa. Aí, só no amanhecer do outro dia normaliza.
Com encomendas de final de ano se acumulando, Jaqueline diz que pretende mobilizar a comunidade para protestar contra a situação.
– Só quando a gente tranca a rua nos dão atenção. Foi assim que resolvemos essa mesma situação há alguns anos. Agora, está se repetindo o descaso – critica Jaqueline.
Dmae presta esclarecimentos
Diante do crescimento das reclamações por falta d’água, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) enumerou, ontem, em seu site, razões para o problema. Primeiro, o órgão apontou o aumento do consumo de água durante o verão como um dos causadores do desabastecimento. Aliado a isso, o Dmae ainda citou “os consertos rotineiros nas canalizações e eventuais faltas de energia elétrica, que podem impactar no abastecimento regular, causando interrupções temporárias”.
Outro ponto – que já é levantado pelo Dmae desde 2017 – é a sobrecarga do sistema de abastecimento Belém Novo, que atende boa parte das zonas leste e sul da Capital. A solução disso passa pela construção da nova Estação de Tratamento de Água Ponta do Arado, que exige investimento de cerca de R$ 220 milhões. O município já assinou financiamento com a Caixa Econômica Federal para esta obra, que ainda não começou. Depois de iniciados, os trabalhos devem se estender por três anos.
Na Zona Norte, a causa do problema, conforme o Dmae, está nos subsistemas que abastecem os bairros, que enfrentam deficiências com elevado consumo em função do crescimento populacional.
O departamento garante que tem realizado, dentro das possibilidades, ações para reforçar as redes de distribuição. A orientação é que o registro de falta d’água seja feito via 156, opção 2.