Infraestrutura
Seis meses depois, problemas no asfalto seguem nas avenidas da zona sul da Capital
Reportagem percorreu as avenidas Juca Batista, Eduardo Prado, Nonoai e Cavalhada e constatou diversos problemas de estrutura. Prefeitura fala em obras para 2020
Em junho, o Diário Gaúcho percorreu quatro das principais avenidas da zona sul de Porto Alegre: Cavalhada, Nonoai, Juca Batista e Eduardo Prado. Foram localizados e fotografados diversos problemas nas vias, como buracos, desnivelamentos e rachaduras. Seis meses depois, apesar de um cenário melhor, com menos buracos, ainda é possível encontrar trechos desgastados pelo fluxo de carros e ônibus.
O que mais chama atenção é a situação do corredor de ônibus da Avenida Nonoai. As rachaduras se espalham por toda a extensão, além de buracos. Para quem anda nos coletivos, o desafio é se deslocar sem percalços.
A aposentada Iracema Lopes, 63 anos, utiliza diariamente o T11 e a linha da Restinga, onde mora, e conta que já bateu a cabeça no banco dianteiro do ônibus em função do sacolejar.
— É cada embalo, que a gente vai lá em cima e volta. E, quando a gente vai descer, tem que prestar atenção, segurar, porque é ruim (em função dos desníveis que se formam próximo do meio-fio) — destaca.
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Na Eduardo Prado, um trecho da avenida está interditado para obras, mas onde os veículos ainda têm permissão para passar, há diversas partes com rachaduras e remendos já cedendo. Na altura do prédio 253, é possível perceber o problema. Funcionário de uma oficina, Alexandre dos Reis, 38 anos, diz que volta e meia a prefeitura faz reparos, mas, logo, os buracos reaparecem.
— Melhorar por aqui é difícil. Na rótula da Cavalhada, aqui perto, fecham os buracos direto, mas é só dar a primeira chuva, que volta tudo de novo. E onde os ônibus param, o asfalto levanta — explica.
E Alexandre tem mesmo razão. Nas quatro avenidas, é muito comum ver o asfalto “invadindo” as calçadas em função do peso dos ônibus. É o que ocorre na Avenida Cavalhada, nas imediações do imóvel de número 2.790, próximo da Otto Niemayer.
Os remendos, aplicados como solução paliativa, também são facilmente visualizados e se espalham por todas as ruas visitadas.
Promessa de investimentos
A Diretoria Geral de Conservação de Vias Urbanas (DGCVU) informa que trabalha frequentemente nas ruas e avenidas da zona sul de Porto Alegre. No total, são nove equipes e mais de 60 profissionais dedicados para a região. Além disso, nas avenidas citadas pela reportagem, Nonoai, Eduardo Prado, Cavalhada e Juca Batista, foram realizadas mais de 60 ações de recuperação de asfalto de julho até a dezembro, um total de mais de 3 mil metros quadrados de conservação asfáltica e mais de 1,5 mil metros quadrados de avenidas fresadas na operação Tapa Buraco.
Ainda diz que essa manutenção é paliativa, visto que um estudo comandado pela DGCVU apontou que mais de 80% das vias da Capital estão com o asfalto vencido e nunca receberam manutenção preventiva. Para 2020, a prefeitura vai investir R$ 23 milhões em requalificação estrutural inédita (reforma desde a base). As avenidas da Zona Sul serão contempladas.