Seu Problema é Nosso
Em Quintão, local onde existia um canteiro central virou uma valeta sem manutenção
Antes da prefeitura fazer a abertura no solo, moradores usavam o local para o lazer
O cenário na Avenida Amauri Fagundes Xavier, no balneário de Quintão, em Palmares do Sul, não é mais o mesmo há anos. Antes, toda a extensão da avenida contava com um canteiro central, cujo gramado era cuidado por moradores e veranistas. Agora, a via é cortada por uma valeta — abertura para escoamento de águas, que fica à margem de ruas ou estradas.
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O professor universitário Bruno Veloso Fracasso, 30 anos, morador de Viamão, veraneia em Quintão com a família e, segundo ele, os moradores esperavam que fosse feita uma obra de canalização no local, mas, em vez disso, a abertura ficou abandonada.
— Era uma avenida com canteiro central bem cuidado, pois os moradores faziam a gestão do gramado. Era como uma área de lazer, as pessoas sentavam-se embaixo das árvores e jogavam bocha. Mas, em um veraneio, há mais ou menos quatro anos, abriram a valeta. A prefeitura cortou o canteiro com a justificativa de ser feito encanamento da água e obras na região — explica o professor.
De acordo com Bruno, a família tem a residência na avenida há mais de 25 anos, e nunca presenciou alagamentos:
— Não passamos por enchentes, nem vimos o mar entrar na valeta. Não sabemos a finalidade da abertura ter sido feita e, desta forma, ficamos sem um espaço que, antes, era limpo.
Insetos
Segundo Bruno, com o passar do tempo, a abertura no solo sofreu erosão e aumentou:
— Hoje, tem cerca de um metro de profundidade. Os moradores, ao saírem de carro dos pátios, tomam cuidado para não se aproximar demais do valo.
Mas, para o veranista, o maior incômodo é a proliferação de insetos:
— Tem muitos insetos devido ao mato alto dentro e no entorno da abertura. A água da chuva fica parada lá dentro do buraco. No final do ano, quando teve uma falta de luz, os veranistas vieram todos para a rua, por causa do calor, mas foi insuportável permanecer ao ar livre devido à quantidade de insetos. O local ficou propício para proliferação de doenças como a dengue, por exemplo.
Em relação ao acúmulo de resíduos dentro do valo, Bruno afirma que há lixo, mas não é muito, por causa do cuidado dos moradores.
Canalização está em fase de estudos
A reportagem procurou a prefeitura de Palmares do Sul para esclarecimentos. Conforme o prefeito, Mauricio Muniz, a valeta foi aberta na gestão anterior, e ele não tem conhecimento do motivo pelo qual a obra não foi iniciada após a abertura do solo. Segundo ele, a valeta foi avaliada como “um importante ponto de drenagem e escoamento, especialmente da Avenida Esparta, em dias de chuva, que desemboca na Amauri Fagundes Xavier”.
O prefeito afirma que providenciará a limpeza e que, a partir de agora, terá o “compromisso com a manutenção da valeta em condições de escoamento e limpeza”. Já a canalização do local está em fase de estudos.
Produção: Caroline Tidra