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Seu Problema é Nosso

Em Canoas, menina de oito anos junta latinhas para ajudar cães abandonados

Residência da família, no bairro Guajuviras, tornou-se casa de passagem para os bichinhos 

23/03/2020 - 10h13min


Arquivo pessoal / Arquivo pessoal
Isabel sonha em ser veterinária

Desde os seis anos de idade, a pequena Isabel Nascimento, hoje com oito, moradora do bairro Guajuviras, em Canoas, é movida por uma causa: o amor pelos animais. Apaixonada pelos bichinhos, ela encontrou uma forma de fazer a diferença para ajudar, sobretudo, aqueles que se encontram em situação de vulnerabilidade. 

A partir de iniciativa da menina, a casa da família transformou-se em um lar de acolhimento para cães que, por algum motivo, não têm outro lugar para ficar. Diante das dificuldades para manter os animais, foi também de Isabel a ideia que viabilizou o custeio das despesas: ao lado da mãe, a diarista Ana Nascimento, 27 anos, a menina junta latinhas e, com o dinheiro da venda, compra o que é necessário para o bem-estar dos cachorros.

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Tudo começou quando Isabel manifestou o desejo de adotar uma cachorrinha, a Fiona, que segue com a família até hoje. Quando a mãe, na época desempregada, sinalizou que não teria condições financeiras de manter um animal, Isabel logo pensou em coletar os recicláveis para venda.

A partir daí, a “menina das latinhas”, como é conhecida nas redes sociais, decidiu ajudar cada vez mais cães. Atualmente, seis cachorros estão sendo abrigados pela pequena protetora, e mais de 40 já passaram por lá. Destes, a grande maioria foi encaminhada para adoção. 

Solidariedade

Além da venda de latinhas, Isabel também precisa contar com doações. Incansável, a menina, que sonha em ser médica veterinária, sempre dá um jeito de garantir a manutenção dos cuidados com seus bichinhos, mesmo quando o dinheiro arrecadado com a reciclagem não é suficiente. Pelo Facebook, onde já acumula quase 1,5 mil amigos, solicita ajuda a outros protetores. Então, um canal de solidariedade se forma por meio da rede social.

– Às vezes, recebemos doações que nem sabemos de onde vieram. Muitas pessoas veem os pedidos e mandam entregar ração na nossa casa, mas preferem não se identificar. Quando recebemos algo, sempre tiramos foto e postamos um agradecimento – relata a mãe, Ana. 

Arquivo pessoal / Arquivo pessoal
Com Fiona, primeira cachorrinha a ser resgatada

Contudo, em meio à pandemia do novo coronavírus, a dupla não conseguirá continuar juntando as latinhas – devido aos riscos aos quais estaria exposta. Por isso, doações se tornam ainda mais fundamentais neste momento. 

Para os cães, a principal necessidade é de ração, mas também são aceitas quantias em dinheiro e alimentos. Como Ana trabalha como diarista, os impactos da pandemia devem afetar também a sua fonte de renda, e ela teme não ter condições de manter o sustento de casa. Mesmo diante de tantas dificuldades, ela sente-se orgulhosa de ver os passos e a determinação da filha:

– Sempre gostei e tive cachorros, antes de ser mãe. Me sinto bem de vê-la seguindo esse caminho, porque sei que jamais vai maltratar um animal. Na verdade, se ela pudesse, traria todos pra casa.

Como ajudar

/// Para saber informações como conta bancária ou o endereço da família para envio de ração e alimentos, entre em contato pelo WhatsApp (51) 99604-0191. Ligações podem ser feitas para (51) 98268-2587.

/// Se preferir, você também pode contatá-las pelo Facebook, em bit.ly/meninadaslatinhas.

Produção: Camila Bengo

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