#DG20ANOS
Nos 20 anos do DG, relembre a história da profe Clau, que inspira o sonho de várias meninas em Alvorada
Com o auxílio de doações, jovem ensina balé a crianças de baixa renda
Em meio a uma realidade de ruas de chão batido, ônibus lotados, carências na saúde e na educação, ela dá a meninas da periferia de Alvorada, na Região Metropolitana, a chance de sonhar. De ver que a vida também pode ser cor-de-rosa, repleta de sons e gestos delicados.
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Em 2014, o Diário Gaúcho contou pela primeira vez a história de Cláudia Souza Malta Costa, a profe Clau, na época com 14 anos. Aos sábados, ela lotava de crianças o ginásio da Escola Estadual Maurício Sirotsky Sobrinho, no bairro Maria Regina, para ensinar-lhes balé gratuitamente. Arte na qual ela também deu as primeiras piruetas, anos antes, em aulas gratuitas, do projeto Escola Aberta.
Além do exemplo de superação da adolescente, a reportagem mostrava as dificuldades passadas pelas alunas, que não tinham os apetrechos necessários para o seu bailado.
Após a publicação das reportagens, Clau conseguiu mais credibilidade para seu trabalho. E conheceu um doador inusitado. O analista de sistemas gaúcho George Fabris Justo, que mora em Genebra, na Suíça, conheceu o projeto por intermédio do DG. Desde 2015, ele faz doações de malhas e sapatilhas para as meninas da profe Clau, com o dinheiro que arrecada promovendo chás beneficentes com amigos na Suíça.
— Com isso, temos conseguido equipar bem as meninas — relata Clau, salientando que a ação deste ano foi adiada devido à pandemia.
Para ir além
A covid-19 também deu um tempo nos projetos de Clau, que ainda teria, em seu planejamento, mais um sábado de inscrições para alunas em 2020.
Enquanto as aulas do grupo Independance não retornam, ela segue firme na faculdade de Administração de Empresas, mas sem perder o rumo da dança, a grande paixão:
— Comparando a quando comecei, acho que aquele sonho de criança, do balé como diversão, mudou. Não é mais uma brincadeira, é algo sério que a gente está aperfeiçoando a cada ano.
Para este ano, já há 90 meninas na fila, com idades entre três e 20 anos, esperando para passar as tardes de sábado em meio ao mundo de belezas do balé:
— Vejo nas minhas alunas um comprometimento, não só com os estudos, mas com a família, com um futuro melhor. Elas buscam uma oportunidade de ter uma vida diferente, de ter um emprego, de continuar dançando, de ir além.