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Distanciamento social

Sob fiscalização, pedestres são orientados a deixar a beira-mar de Capão da Canoa

Prefeitura estava preocupada com aumento do movimento e reforçou ações para evitar aglomerações

10/04/2020 - 21h01min


Vitor Rosa
Vitor Rosa
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A Sexta-Feira Santa (10) foi de pouco movimento e fiscalização reforçada no calçadão da Avenida Beira-Mar de Capão da Canoa, no Litoral Norte. Caminhadas, corridas ou até passeios de bicicleta foram brevemente interrompidos na via por agentes da Fiscalização Municipal, que orientavam para que as pessoas deixassem o local.

Por volta das 15h, aproximadamente 10 agentes municipais, acompanhados de duas viaturas da Brigada Militar, abordavam quem passava, questionando para onde elas estavam indo. Mesmo jovens e pessoas que não estão no grupo de risco ouviam o pedido para deixar o local, já que um decreto da prefeitura proíbe a circulação no calçadão.

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A ação é parte das ofensivas da prefeitura para evitar aglomeração durante os finais de semana, já que há preocupação com o sistema de saúde do litoral com a pandemia de coronavírus. Com a chegada do feriadão de Páscoa, a fiscalização aumentou.

Reclamações e xingamentos

A iniciativa não foi muito bem recebida por algumas pessoas, que reclamavam e até xingavam as enfermeiras que faziam o questionário.

— É constrangedor ter que parar a pessoa que está buscando um pouco de lazer. Nossos moradores entenderam. Contudo, as pessoas que se deslocam da Região Metropolitana e da Serra veem a cidade como turística. É necessária nossa intervenção para evitar que o vírus se propague aqui — comenta a secretária municipal da Saúde, Angela Patrícia Schardosim.

Junto dos agentes, um carro de som circulou pela beira-mar com uma mensagem, gravada por um locutor, incentivando o isolamento: "Fiquem em casa. Quarentena não é férias. É proibido circular nas praças, parques ou praia".

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Segundo a secretária, pessoas que viajaram de cidades como Porto Alegre — onde há transmissão comunitária de coronavírus — e apresentam qualquer um dos sintomas de covid-19 são notificadas para isolamento total. Idosos, também. Jovens e moradores da cidade eram instruídos a seguir o passeio em outro local.

Na beira da praia, poucos surfistas estavam entrando no mar, descumprindo o decreto do governo do Estado que proíbe o aproveitamento da costa para lazer durante a pandemia. Além do desrespeito à norma, a maré alta e a ressaca também espantavam os mais corajosos.

Nos mercados da cidade, no entanto, a situação era diferente. Em um dos estabelecimentos, havia filas do lado de fora e o estacionamento estava quase lotado.


Barreiras sanitárias

Pela manhã, duas entradas da cidade - pela RS-407 e pelo trevo de acesso de Curumim - tiveram barreira sanitária. Agentes mediram a febre dos ocupantes dos carros, entregaram panfletos e solicitaram que elas não circulem pelo comércio.

Capão da Canoa tem quatro casos confirmados de covid-19, conforme a Secretaria Municipal da Saúde. Todos são de pessoas que viajaram para fora do país. Um casal está internado com a doença em Porto Alegre.

Movimento comprova preocupação

O monitoramento de fluxo da CCR Viasul, administradora da freeway, mostra aumento de movimento na rodovia na véspera do feriado. Enquanto nos demais dias da semana, com o isolamento, a média de veículos passando pela praça de pedágio de Santo Antônio da Patrulha foi de 7,4 mil veículos, na quinta-feira (9) foram quase 14 mil.

Torres também reforça fiscalização

Em Torres, a prefeitura fechou os acessos a três movimentados pontos turísticos: as praias da Guarita e dos Molhes e o Morro do Farol. Um carro de som também circulava pedindo que as pessoas não ficassem em via pública.

Para o secretário de Turismo de Torres, Fernando Nery, as medidas surtiram efeito:

— Nossa avaliação é positiva porque hoje, aqui em Torres, não tem muitas pessoas nas ruas, apesar de ter muitas pessoas na cidade. Elas estão ficando nas suas casas.


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