Tudo virtual
Para celebrar aniversário da cidade, Cachoeirinha promove festival pelas redes sociais com músicos locais
Iniciativa também foi uma forma de ajudar artistas que estão sem trabalho em função da pandemia, já que pagou cachê aos envolvidos
A pandemia do coronavírus tem deixado várias marcas no cotidiano. Um dos setores afetados, por exemplo, é a cultura. A falta de shows presenciais e, por consequência, a falta de cachê, coloca em risco carreiras, principalmente, de artistas locais. A impossibilidade de participar de qualquer evento angustia quem vive da arte.
E, pensando nos talentos da sua terra, a cidade de Cachoeirinha, na Região Metropolitana, achou um jeito diferente de comemorar seus 54 anos de emancipação e ainda ajudar artistas que têm o local como berço. Sem poder fazer uma grande festa de aniversário, o município recorreu às redes sociais com uma grande festa.
Por meio de um edital, foram selecionados 20 artistas locais que gravaram clipes musicais com interpretações próprias ou de outros músicos. Tudo custeado pelo poder público. Além disso, cada um dos selecionados recebeu um auxílio de R$ 500.
Os clipes foram publicados na página da prefeitura nas redes sociais durante toda a última semana, entre os dias 12 e 16 de maio – o aniversário foi na quinta, dia 15.
Entretenimento
A iniciativa ajudou os músicos a terem uma renda, neste momento delicado em que não conseguem trabalhar. Além disso, os clipes são uma maneira de divulgar o trabalho e poderão ser usados futuramente como portfólio.
Por fim, além de comemorar o aniversário da cidade, as apresentações publicadas nas redes sociais são um entretenimento para quem está em casa, com a possibilidade de conhecer artistas locais e aproveitar o som, já que o isolamento social interrompeu a possibilidade de acompanhar apresentações de maneira presencial.
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Os 20 vídeos estão disponíveis na página do Facebook da prefeitura. Conforme o prefeito de Cachoeirinha, Miki Breier, a ação foi um momento oportuno para “comemorar o aniversário e dar um alento para os artistas locais”. O chefe do Executivo diz que o edital tinha disponibilidade para atender 30 artistas. As vagas que sobraram devem ser remanejadas para algum outro evento, como a Semana Farroupilha, por exemplo.
– A grande questão é mostrar que este é um setor que precisa gerar renda, trabalho. É importante que as pessoas entendam que é possível viver da sua vocação, que se valorize e compreenda que a cultura também gera trabalho e renda – pontua Miki.
“Uma maneira de levar esperança”
Para quem foi contemplado pelo projeto, a escolha da música também foi importante. O músico Chris Mithra, 43 anos, resolveu interpretar Wishlist – lista de desejos, em português –, música da banda Pearl Jam, que fala sobre como podemos dar valor a algumas coisas do dia a dia.
– O que cantamos também pode ser escolhido como uma maneira de levar esperança ao próximo. Isso é algo que estamos todos precisando – diz Chris.
O artista mantém uma banda focada no lado B do rock desde 2011. A turma se apresenta tanto com a versão elétrica quando acústica. Também há uma formação especial em trio, que homenageia a banda Legião Urbana. Neste momento, a renda com o trabalho praticamente zerou. Por isso, a ajuda do projeto foi bem-vinda, assim como a oportunidade de gravar o primeiro clipe profissional:
– Vamos poder guardar esse material e valorizar nosso trabalho.