Seu Problema é Nosso
Com foco na proteção animal, ONG Majuna inaugura clínica
A intenção da protetora é proporcionar atendimento veterinário para animais de comunidades de baixa renda e também para aqueles que são resgatados das ruas
Ao abrir a porta da clínica para o primeiro paciente, um cachorro resgatado de uma situação crítica, a protetora de animais Raquel de Castro, conhecida como Raquel Majuna, 51 anos, se deu conta de que um sonho se realizou. Na edição de 9 de março deste ano, o Diário Gaúcho contou a história da administradora da ONG Majuna Proteção Animal, de Porto Alegre. No últimos quatro meses, Raquel e amigos da causa se dedicaram à finalização e adequações do local onde foi inaugurado o Instituto Majuna Proteção Animal (IMPA) Vet Center, na segunda-feira passada. Para a realização do sonho da protetora, ela contou com a ajuda de diversas pessoas, que contribuíram com rações e até mão-de-obra.
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– A inauguração da clínica não aconteceu da forma como todo esse projeto merece, devido à situação da pandemia. No domingo passado, após terminarmos a obra e a limpeza da clínica, nos reunimos em família e fizemos uma oração em agradecimento a Deus por tudo que deu certo. Na segunda-feira, o trabalho começou com o atendimento do primeiro paciente – conta Raquel, a administradora da ONG.
A intenção da protetora é proporcionar atendimento veterinário para animais de comunidades de baixa renda e também para aqueles que são resgatados das ruas e de situações de maus-tratos. A clínica conta com oito veterinários especializados em diversas áreas, como cirugia geral, oftalmologia, dermatologia, cardiologia, nefrologia, entre outras. Mas, de acordo com Raquel, o foco do trabalho é a realização de castrações de cães e gatos.
– Foi emocionante ver a nossa equipe sendo formada por veterinários dispostos a trabalhar e amigos da proteção animal. São pessoas que ajudaram esse sonho a virar realidade e que possuem muito potencial com experiência no trabalho de animais resgatados e castrações – detalha a idealizadora, que prevê o início das castrações em duas semanas.
Contribuições
Em todo o processo de reforma do imóvel, Raquel destaca a importância das doações para a ONG:
– Depois da matéria (no DG), um senhor ofereceu ajuda em mão-de-obra, com a pintura. Também tivemos doações de ração, e o dinheiro da ONG, que gastaríamos com a alimentação dos animais, foi para a compra de mais materiais. Além disso, uma senhora doou equipamentos de uma clínica que já tinha fechado. Foi tudo dando certo.
Segundo Raquel, a pandemia de coronavírus, que chegou de forma inesperada, afetou o andamento da obra, pois as doações diminuíram, e houve uma parada no início da quarentena. Após 50 dias de pausa, as atividades foram retomadas por meio das redes sociais, e a reforma, continuada.
– Não acreditava quando vi tudo pronto na clínica, ficava olhando os detalhes, só ficou faltando o barulho dos pacientes no dia da inauguração. Tudo isso é uma história de superação, de anos de trabalho com o regaste e acolhimento. É lindo ver que toda doação foi bem administrada e vai ajudar muitos animais e protetores – finaliza.
Raquel destaca que a clínica ainda necessita de equipamentos para atendimentos, como macas e colchão térmico, além de insumos cirúrgicos, entre outros. Por isso, a entidade recebe doações de itens novos ou usados, em boas condições.
A quarentena e o aumento do abandono
A ONG Majuna acolhe animais em um sítio no bairro Lami, extremo sul da Capital. Somente de cães, o número já chegou a 217 animais. Durante a pandemia, o cenário se tornou mais desafiador, diz Raquel:
– Nesses quatro meses, houve devoluções de animais, e os abandonos aumentaram. Acolhi cerca de 50 novos cães no sítio, sem contar os resgatados, e quatro coelhos.
Além dos cães e gatos, Majuna abriga porco, cavalo, boi, cabritos e coelhos. Os custos com cuidados e alimentação chegam a quase R$ 8 mil por mês. Para mantê-los, a ONG conta com doações de rações, medicamentos veterinários, tampinhas de garrafa pet, roupas para o brechó solidário que, agora, podem ser deixados na clínica.
Como contribuir
/// Para doar rações e insumos à clínica, você pode entregar diretamente no local, na Avenida Otto Niemeyer, 3.475, bairro Cavalhada.
/// É possível ajudar com depósitos na conta da ONG, no banco Bradesco 237, agência 2468, conta corrente 33391.
/// Mais informações sobre doações, entre em contato pelo WhatsApp (51) 99772-5406 e acompanhe @majunaprotecaoanimal no Instagram.
Produção: Caroline Tidra