Após uma queda dentro de casa, no dia 31 de outubro deste ano, em Cachoerinha, a vida de Jacinta Canal Zechin, 81 anos, tem sido de dores fortes e de espera. Isso porque, no acidente doméstico, a idosa quebrou o fêmur em três pontos e aguarda a liberação para a cirurgia. 

De acordo com a filha de Jacinta, a faxineira Luciane Canal Zechin, 45 anos, o primeiro entrave foi a transferência hospitalar. No dia da queda, Jacinta foi levada ao Hospital Padre Jeremias, em Cachoeirinha, para atendimento emergencial. Após, ela foi encaminhada para o Hospital de Viamão, onde o especialista em traumatologia indicou a cirurgia como tratamento da fratura da idosa. Depois da avaliação, Jacinta foi levada de volta ao hospital da cidade onde reside para aguardar leito em uma unidade hospitalar com a complexidade do atendimento em traumatologia.

Desesperada com a condição da mãe, Luciane conta que entrou com uma liminar judicial para solicitar um leito. Após 12 dias, Jacinta foi transferida para Viamão, em 12 de novembro, mesmo hospital onde ela teve o diagnóstico, para a realização da cirurgia. No entanto, até ontem à tarde, a idosa não havia sido operada. 

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– Fui informada de que, quando ela fosse transferida, seria realizada a cirurgia. Mas, chegando ao Hospital de Viamão, uma das enfermeiras me disse que poderia demorar cerca de 10 dias para o procedimento. Minha mãe é uma pessoa com um quadro oncológico, ela está com muita dor e não temos qualquer retorno sobre a previsão da cirurgia – conta a filha. 

Debilitada

Segundo Luciane, de acordo com o traumatologista, sua mãe precisa da liberação de um médico clínico para a cirurgia. 

– Devido às dores, ela não pode ser mexida na cama. A cada dia que passa, fica mais debilitada, estou de mãos atadas. Não sei o que mais precisa para o médico fazer a avaliação – afirma Luciane, que entrou com outra liminar pedindo agilidade no procedimento. 

Conforme a filha, estar em Viamão dificultou a rotina de ir até em casa, em Cachoeirinha, pois seu pai também requer atenção. 

– Do hospital até em casa é um gasto de quase R$ 100 com aplicativo. Além disso, quando vou para casa, pago uma cuidadora ficar com a minha mãe. Todo esse gasto aumenta devido à demora da cirurgia. Se tornou muito difícil, ainda mais porque tive que parar de trabalhar para cuidar deles – lamenta Luciane. 

Exames prontos, cirurgia encaminhada

Procurada pela reportagem na segunda-feira, a assessoria do Hospital de Viamão confirmou que “a paciente está acomodada em um quarto” e “está passando por avaliação clínica”. Segundo a posição do hospital, somente após a análise dos resultados dos exames, Jacinta será liberada para cirurgia. 

A assessoria da instituição destacou que não haveria previsão de data, “mas ela será priorizada em função da idade”. Segundo o hospital, o atendimento de Jacinta está dentro do normal, e orienta que a responsável pela paciente entre em contato com a enfermagem para solicitar demais informações. 

No final da tarde de ontem, após o contato da reportagem, Luciane foi informada pelo traumatologista responsável que Jacinta será operada na manhã de hoje. 

Produção: Caroline Tidra

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