Seu Problema é Nosso
Falta de água afeta bairros da zona sul da Capital
Moradores afirmam que o desabastecimento de água ocorre desde o último sábado, com alguns retornos que duram por pouco tempo. Dmae informou que fornecimento foi normalizado
Todos os anos, nesta época, é a mesma situação: o problema de desabastecimento de água que atinge diferentes bairros da Capital. Desta vez, a reclamação é de moradores da região entre os bairros Teresópolis e Cascata.
– Há cerca de dois meses estamos sofrendo com a falta de água. Ela vem uma semana e falta na outra. Agora, estamos desde o sábado passado sem água nas torneiras. Está bem complicado, não lembro de termos uma falta tão acentuada, de demorar dias para voltar – conta a recepcionista Daniele Ribeiro, 37 anos, moradora da Rua Estrada dos Alpes.
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Sem água para serviços doméstico, a família de Daniele raciona os litros armazenados em um reservatório para os banhos. De acordo com ela, as roupas estão acumuladas para a lavagem, e, para cozinhar, a água é comprada.
As ligações para o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) se tornaram frequentes. No entanto, Daniele conta que não consegue obter protocolos da sua reclamação:
– Toda vez que ligamos para o Dmae, a funcionária diz que abre um chamado emergencial, mas não passa protocolo. Eu pergunto porque, e ela afirma que é um serviço de emergência e não tem protocolo. Além de dizer que a água está retornando. Mas, não, já estamos há dias sem água.
Higiene
A dona de casa Indiara Correa, 32 anos, também sofre com a falta de água em sua casa. Segundo ela, desde a sexta-feira passada, o fornecimento não está normal.
– De vez em quando, a água volta muito rápido, de cinco a 10 minutos. Tenho que escolher o que é mais importante – conta a dona de casa, que é mãe de dois adolescentes e um bebê.
A casa de Indiara tem um reservatório, mas não está funcionando. Desta forma, toda a água de que a família precisa é comprada.
– Não dá para lavar roupa. Não dá para ficar lavando as mãos ou higienizando as compras, está bem complicado – reflete a dona de casa sobre as medidas de precaução sugeridas contra o coronavírus, mas que são impossibilitadas pelo problema.
Dmae explica causas de desabastecimento
Segundo o Dmae, as faltas de água na Estrada dos Alpes ocorrem em função de consertos emergenciais na região. Além disso, alega que, por ser uma área alta, o retorno pode ser mais demorado. Na terça-feira passada, foi realizado um conserto na estação de bombeamento Graciliano Ramos, que impactou o abastecimento por várias horas. A normalização ocorreu na manhã de quarta-feira.
Conforme o Dmae, foi identificada baixa pressão para a parte alta da região e, por isso, na terça, o fornecimento foi interrompido para conserto.
O departamento ainda informou que, ontem pela manhã, um dos reservatórios apresentou problema em uma válvula e explicou que a equipe esteve no local. No final do dia, a assessoria do Dmae informou que o conserto da válvula foi concluído e que a região estava sendo abastecida.
Em relação ao não registro dos protocolos, como a leitora relatou, o Dmae explica que, “quando está sendo realizado um serviço emergencial, o usuário é informado e, se depois de concluído persistir a falta, o morador deve abrir protocolo”. A reportagem questionou o posicionamento do Dmae em relação aos rumores de que o fornecimento de água é desligado na região. O departamento respondeu que tal informação não é verdadeira.
Produção: Caroline Tidra