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Ex-alunos reformam praça de escola no bairro Medianeira
Grupo investiu cerca de R$ 20 mil para restaurar espaço que será inaugurado em setembro
Um grupo de cinco ex-alunos se uniu para reformar a praça da Escola Estadual de Ensino Fundamental Venezuela, que fica na Avenida Niterói, esquina com Travessa Viamão, no bairro Medianeira, na Capital. A escola tem 97 anos e já passou por desafios, como furtos e arrombamentos. A ideia de revitalizar a praça surgiu quando ex-alunos que estudaram lá entre 1970 e 1975 viram a situação em que o local se encontrava.
Conforme o supervisor operacional Elzemar dos Santos Bento, 61 anos, morador de Gravataí, o grupo de ex-colegas costuma se encontrar regularmente. Durante um desses encontros, antes da pandemia, surgiu a ideia de contribuir com a melhoria da praça:
– Foi durante um almoço (foto abaixo). Alguém lançou a ideia de deixar o espaço mais bonito, e começamos a nos organizar para isso.
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Segundo Elzemar, foram investidos cerca de R$ 20 mil para realizar o cercamento do local, consertar brinquedos antigos e comprar novos, realizar a pintura e o corte da vegetação. A reforma começou antes da pandemia e precisou ser suspensa durante o período mais crítico da crise sanitária. O ex-aluno explica que, considerando todos os dias de trabalho, a reforma foi realizada em cerca de dois meses.
A artesã Mara Jane Obrebski Monteiro, 60 anos, de Canoas, também fez questão de contribuir. Para Mara, foi impactante ver o abandono da escola. Ela ficou responsável por tentar encontrar mais ex-alunos que também estivessem dispostos a contribuir.
– Foi uma sensação muito boa, revivi meu passado. Aquela foi a melhor época de minha vida – relembra Mara.
Homenagem para amiga
O despachante aduaneiro Henrique Machado, 59 anos, morador de Santos (SP), revela que a praça será batizada com o nome de uma ex-colega e amiga, dos tempos de escola, que faleceu em abril de 1994: será Praça Silvana Peixoto. Henrique explica que o objetivo da reforma é fazer com que os alunos tenham um espaço bonito e agradável para brincar.
Segundo a diretora, Tânia Sales da Silveira, 57 anos, a escola tem 490 alunos. Desde 25 de maio, voltou às atividades presenciais com cerca de 100 alunos, divididos entre os turnos da manhã e da tarde. A diretora explica que, desde que ficou pronta, a praça passou quase um ano e meio sem uso devido à pandemia. Antes disso, foram dez anos sem reformas por falta de verbas.
– Estava sem cerca, não tinha lugar para sentar e os brinquedos não eram renovados. Conseguíamos no máximo pintar e cortar a grama – explica a diretora.
A ideia é que após a inauguração, que está prevista para ocorrer na primeira quinzena de setembro, duas turmas com alunos de primeiro e segundo ano façam um rodízio para utilizar a pracinha. Cerca de quatro alunos ficarão no local a cada rodízio, e higienizações serão feitas entre cada troca.
Produção: Kênia Fialho