Educação estadual
Colégio Pedrinho, em São Leopoldo, é um dos 18 que não podem receber alunos na rede estadual do RS
Escola é a única estadual da Região Metropolitana nesta condição. Em todo o Estado, são 18 escolas que não puderam receber alunos na semana de retorno as atividades presenciais
Nem todos os estudantes da rede pública estadual voltaram para suas escolas no início da semana passada. Mesmo com o retorno das aulas presenciais, 18 das 2.376 escolas estaduais não puderam receber alunos em razão de problemas estruturais ou realização de obras. A informação foi buscada pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc) a pedido do Diário Gaúcho. Destas instituições, uma está na Região Metropolitana. É o Instituto Estadual de Educação Pedro Schneider, de São Leopoldo.
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O número poderia ser maior, segundo a Seduc. Primeiramente, a pasta informou que seriam 20 escolas sem aula presencial no Estado, sendo três na Região Metropolitana. Porém, a secretaria mudou a versão posteriormente, ao informar que duas escolas estaduais de Porto Alegre conseguiram atender aos alunos presencialmente, apesar das dificuldades.
Na Santa Rita de Cássia, no bairro Santa Tereza, os alunos frequentam a escola em meio turno. Na Darcy Vargas, no bairro Farroupilha, reparos na fiação elétrica estão sendo feitos, mas os estudantes seguem indo ao local. Além disso, a Seduc afirmou que outras quatro escolas tiveram obras concluídas antes do retorno das aulas, possibilitando a abertura aos estudantes. Foram duas em Porto Alegre, uma em Montenegro e outra em Portão.
Impedida de receber estudantes de maneira presencial, o Instituto Pedro Schneider, em São Leopoldo, é mais conhecido como Pedrinho. O local foi interditado pelo Corpo de Bombeiros Militar (CBM-RS) depois de uma vistoria realizada a pedido do Ministério Público. Durante a visita, foram encontrados danos estruturais causados por infiltrações, o que poderia representar perigo aos estudantes e profissionais que atuam na instituição. Com isso, o local não voltou ao ensino presencial em 21 de fevereiro, quando as aulas retornaram.
Reforma é esperada há anos
Conforme o diretor do Colégio Pedrinho, Vinícius Vilella, o prédio da instituição tem quase 70 anos. Boa parte da fiação elétrica, inclusive, é da construção original, explica Vilella. Com a verba de manutenções básicas enviadas pela Seduc, foi possível reformar algumas salas de aula, com pintura, troca de portas e maçanetas, além de outros reparos no prédio. Mas o dinheiro não é o suficiente para a reforma profunda que a escola precisa. O diretor acredita que o prédio não corre risco, mas concorda com a interdição como maneira de preservar a segurança dos alunos e também acelerar a reforma profunda e necessária.
— Temos recebido informações da Seduc de que os trabalhos vão acontecer. Devem começar durante o mês de março e se estender por cerca de seis meses. Seria uma reforma ampla, não só dos problemas estruturais que causaram a interdição pelos bombeiros — contextualiza o diretor.
O educador cita que, desde 2015, a instituição tem feito contato com a Seduc sinalizando a necessidade de reformas. No ano passado, a fiação antiga chegou a provocar um pequeno incêndio numa sala de aula, recorda Vilella. Uma tomada teria entrado em curto-circuito. Desde então, as preocupações aumentaram e a comunidade escolar sentia a necessidade dos reparos na parte elétrica e estrutural.
Alunos devem estudar em outros locais
O diretor do Pedrinho conta que a ideia não é que os alunos permaneçam em casa. Segundo Vilella, a direção está em negociações para que tanto o Ensino Fundamental quanto o Médio tenham aulas presenciais em outros pontos da cidade. Os alunos menores, do Fundamental, irão para outra instituição também estadual em São Leopoldo, a Dr. Caldre Fião. As aulas para nesse modelo iniciariam no próximo dia 7.
A medida para o Ensino Médio é mais surpreendente. A direção da escola está em negociação muito avançada para que a Unisinos, universidade privada com sede em São Leopoldo, ceda salas de aula para as cerca de 20 turmas do Ensino Médio do Pedrinho. A ideia é de que a conclusão das conversas ocorra antes do dia 7 de março, para que tanto Fundamental quanto Médio possam retornar às atividades presenciais na mesma data.
Sem previsão de retorno presencial
Em relação à situação do Instituto Estadual de Educação Professor Pedro Schneider, de São Leopoldo, a Seduc confirmou que "a obra já está em fase de processo licitatório". A pasta também disse que as aulas ocorrerão inicialmente de forma remota, mas que "a Seduc está buscando alternativas para que as aulas aconteçam no formato presencial durante o período de execução do serviço".
A secretaria afirmou que as obras na escola Santa Rita de Cássia, em Porto Alegre, estão em fase de licitação. Os trabalhos são no sistema de energia elétrica da instituição. A pasta não deu previsão de quando serão concluídos. A pasta estadual da Educação informa ainda que, durante o período de férias, foram retomadas obras importantes como a do Instituto de Educação Flores da Cunha, de Porto Alegre, da escola Tuiuti, de Gravataí, e da escola Professora Erica Marques, de Terra de Areia.
A Seduc também disse que o projeto Agiliza Educação, integrante do programa Avançar na Educação, "disponibilizou o recurso extra de R$ 228 milhões para a autonomia financeira das escolas da rede estadual". A secretaria explica que a "autonomia Financeira é destinada à realização de reparos e aquisições diretamente pela equipe diretiva das escolas" e que a ação tem o objetivo de "conferir rapidez aos processos e permitir que os gestores tenham autonomia na resolução de problemas".