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Sociedade Floresta Aurora celebra 150 anos de história e resistência do povo negro de Porto Alegre

Evento realizado na sede da associação, no bairro Belém Velho, reuniu 150 membros de todas as idades para registro oficial do aniversário e lançamento de livro

09/04/2022 - 21h29min


Jean Peixoto
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Jean Peixoto / Agência RBS
Cerca de 150 membros da associação estiveram reunidos na tarde deste sábado para celebrar o aniversário

Sediada no bairro Belém Velho, no coração da zona sul de Porto Alegre, a Sociedade Floresta Aurora é o mais antigo clube social negro do Brasil. Na tarde deste sábado (9), a associação abriu suas portas à comunidade para dar início ao calendário de comemorações dos 150 anos de sua fundação.

Além de celebrar o aniversário, que será em dezembro, os convidados participaram do registro da foto oficial dos 150 anos com 150 membros de todas as idades. Também foi lançado o livro que narra a história do clube.

Giane Vargas, professora da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e do curso de Museologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), explica que a Floresta Aurora é o mais antigo dos 200 clubes sociais negros mapeados no Brasil. Segundo ela, no Rio Grande do Sul há 57 associações mapeadas, embora pesquisadores e especialistas, bem como ela, acreditem que este número seja bem mais elevado. 

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A docente foi uma das pessoas envolvidas na pesquisa e produção do livro Floresta Aurora 150 Anos Fazendo História. Ele pontua que estes locais são espaços de reconhecimento e patrimonialização da cultura e da história negra.

 — É um espaço de lazer, mas também é de organização e de articulação política da comunidade negra. É onde ela se sente em casa. É um espaço de identidade negra e de resistência  — ressalta.

O livro também conta com o apoio do escritor e assistente social Jaime Benedito Alves, de Nereide Rosa Alves, assessora da presidência da sociedade e do professor de História da África, no PPG de História da Ufrgs, José Rivail Macedo.

O presidente da associação, Gilmar dos Santos  Afrausino, destacou a alegria de rever a sede lotada após o período de restrições em razão da pandemia de covid-19. Ele recorda a história do clube, iniciada em 1872, quando os membros fundadores auxiliavam os negros que não tinham recursos para acessar direitos básicos como enterrar seus entes queridos com dignidade. 

— Eu estou muito feliz. Estamos recebendo muitas pessoas que não víamos há muito tempo. Isto traz um gás imenso para todos nós — comenta.

Entre as autoridades presentes estava a secretária da Cultura do Estado, Beatriz Araújo, e o Secretário Extraordinário para os 250 anos de Porto Alegre, Rogério Beidacki.


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