Seu Problema É Nosso
Moradores seguem sofrendo com esgoto em Viamão
De acordo com a comunidade, situação é antiga; DG acompanha há sete anos
Para os moradores das ruas Nárgica Rodrigues de Castro e Amabílio de Souza Feijó, na Vila Augusta, em Viamão, o incômodo causado pelo vazamento de um esgoto nas vias virou uma triste rotina. A situação, segundo a comunidade, se arrasta há décadas. E é acompanhada pelo Diário Gaúcho há, pelo menos, sete anos. Foram produzidas reportagens em julho de 2015, junho de 2020, março de 2021 e janeiro de 2022.
Embora a Secretaria de Obras de Viamão, na última resposta dada ao DG, tivesse informado que enviaria equipes ao local para analisar o problema, nenhuma solução foi apresentada. O servidor público Márcio Lima, 39 anos, conta que foi a Corsan que esteve na região no início do ano. Porém, ainda assim, nada mudou.
– São duas caixas na Amabílio que estão entupidas e vazando esgoto até a Nárgica. A Corsan esteve aqui em janeiro, e eu pensei que iriam consertar. Então, questionei e eles me disseram que o desentupimento compete à prefeitura – relata.
Buracos
De acordo com Márcio, o maior problema nas ruas hoje é o vazamento de esgoto. Ele destaca que abriu junto à prefeitura o protocolo 2147 em janeiro deste ano e reclama tanto da demora em uma ação quanto do que a comunidade paga em impostos para ter manutenção adequada.
– É um problema muito antigo. Sem contar que pagamos a conta de água em dia, temos inclusive uma taxa de esgoto tratável, mas ele está aqui correndo a céu aberto – protesta.
No entanto, apesar de esse ser o principal incômodo, não é o único enfrentado pela comunidade. Márcio conta que os buracos atrapalham o tráfego nas duas ruas. Como elas não têm pavimentação, sobretudo após episódios de muita chuva, as vias demandam manutenção. Sobre isso, ele reconhece que, embora não haja uma atuação regular, a prefeitura apresenta alternativas.
– Quando começamos a pressionar muito, eles vêm. Há algumas semanas, depois que foram feitas transmissões ao vivo nas redes e a imprensa cobrou, a equipe veio aqui e fez patrolamento na Nárgica – relembra Márcio.
Transtornos
No entanto, o morador diz que o patrolamento é uma solução paliativa, motivo pelo qual a comunidade cobra que seja feita a aplicação de saibro na Nárgica e na Amabílio. A última vez que isso ocorreu, ele aponta, foi há um ano.
– Os caminhões chegaram aqui, largaram o saibro, passaram o rolo nas ruas. Com isso, durou mais tempo – ressalta.
Tanto o vazamento de esgoto quanto os buracos em ambas as ruas trazem um prejuízo em comum aos moradores: o de mobilidade. Segundo Márcio, antes do último patrolamento, com os buracos e a água correndo, não era possível a passagem de veículos.
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– Meu pai é idoso e tem problema de locomoção, então, sou eu que dirijo para ele. Nós não conseguimos passar pela rua porque havia uma cratera. Carros de aplicativo também se recusaram – lamenta.
Com isso, era preciso fazer uma grande volta para desviar do problema. E, embora ele diga que não houve avaria em nenhum veículo, há a iminência de que isso ocorra se uma solução definitiva não for apresentada. O receio se estende também aos pedestres, principalmente aos idosos como o pai de Márcio, que utiliza muletas para andar:
– Ele caminha pouco, até o mercado no máximo, mas é uma grande dificuldade porque o risco de errar o passo, cair e se machucar, é grande.
Obra demanda planejamento
Em nota, a prefeitura de Viamão diz que já realizou um levantamento preliminar do que é necessário investir para o conserto do vazamento de esgoto citado na reportagem. Entretanto, afirma que “busca a organização financeira para executar a obra, visto que é uma extensão expressiva e demanda um planejamento específico”.
Sobre a manutenção das ruas Nárgica Rodrigues de Castro e Amabílio de Souza Feijó, o município relata ter tido problemas operacionais no fornecimento de saibro, o que, ressalta, já foi regularizado. No texto, destaca ainda que, mesmo assim, não deixou de efetuar manutenção, conforme citado pelo morador. Por fim, completa: “Atualmente, estamos efetuando manutenção na região da Augusta, nas ruas Osvaldo Godoy e Livramento, e devemos voltar às ruas citadas na próxima quinzena”.
Já a Corsan, procurada pela reportagem, não respondeu aos questionamentos até o fechamento desta edição.
Produção: Guilherme Jacques