Notícias



Estudo nacional

 Trabalhador de Porto Alegre gasta em média R$ 28,23 em prato feito e R$ 66,42 à la carte

Valor para almoçar fora de casa levando em conta todas as categorias de alimentação foi de R$ 36,12, abaixo do preço médio do país

07/07/2022 - 21h47min


GZH
Jefferson Botega / Agencia RBS
Sem o vale-refeição, brasileiro gastaria um terço do salário para comer na rua

O trabalhador de Porto Alegre gasta, em média, R$ 36,12 para almoçar fora de casa. Dividido por categorias, o valor gasto com um prato feito fica em R$ 28,23; na outra extremidade, um almoço à la carte custa R$ 66,42. 

Os dados são da pesquisa Preço Médio da Refeição Fora do Lar, da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT). O preço está abaixo da média nacional, que é de R$ 40,64 — valor 17,4% acima do apurado em 2019, período pré-pandemia. Na Capital, o aumento foi de 6%.

O estudo foi realizado em 51 cidades brasileiras, mais o Distrito Federal, entre fevereiro e abril de 2022. A pesquisa envolveu estabelecimentos que aceitam o vale-refeição como forma de pagamento e volta a ser realizada após dois anos de interrupção devido à pandemia

Leia mais
Apesar de queda de 1,9% no mês, cesta básica está R$ 71 mais cara no ano, em Porto Alegre
Batata acumula alta de 62,5% no ano na cesta básica de Porto Alegre

O cálculo prioriza o que o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) considera como refeição ideal: prato, bebida (refrigerante, água ou suco), sobremesa e café. O benefício é concedido pelas empresas aos seus funcionários em virtude do PAT, criado há 46 anos. 

— Por isso, a Pesquisa Preço Médio da ABBT é um importante termômetro para as empresas concederem o benefício adequado às necessidades de seus funcionários. Não fosse o benefício refeição, o trabalhador gastaria um terço do seu salário com o almoço fora de casa — explica Jessica Srour, diretora-executiva da entidade. 

O salário médio do trabalhador brasileiro é de R$ 2.548. Levando em conta a média nacional do almoço, sem o benefício, o desembolso seria de R$ 894,08.

— Apesar do aumento, os restaurantes estão se adaptando à nova realidade de mercado trazida pela pandemia de covid-19 e evitando repassar a alta dos custos aos trabalhadores — afirma Jessica. 

Prova disso é que o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos últimos 12 meses mostra que a inflação da alimentação fora do lar ficou em 6,6%, enquanto que no domicílio foi de 16,1%.

— A evolução dos preços dos alimentos reforça a importância do benefício refeição para que o trabalhador brasileiro tenha acesso a refeições de qualidade, nutritivas e equilibradas — acrescenta Jessica. 

Leia mais
Alternativa à carne bovina, frango tem alta acima da inflação na Grande Porto Alegre
Substituição de marcas, pesquisa e estoque em casa: as alternativas dos consumidores para driblar alta do preço do leite

A inflação não foi homogênea nos municípios brasileiros. Por isso, a variação de preços da alimentação fora do lar reflete a realidade econômica de cada região.

— Não podemos esquecer que o setor de bares e restaurantes foi um dos mais impactados pela pandemia. O fechamento de estabelecimentos e o consequente desemprego podem ter afetado os valores apurados — diz Jessica. — Custos como gás de cozinha e energia elétrica, além do valor do frete praticado, puxaram os preços para cima. Todas essas variantes podem ter influenciado no cálculo da média dos preços finais da pesquisa.

Em março, a inflação no setor de alimentação e bebidas registrada em Porto Alegre pelo IBGE foi a maior do Brasil, com 3,18%.

A pesquisa avaliou os valores praticados por restaurantes, lanchonetes e padarias que aceitam o benefício, que foram divididos em quatro categorias.

Veja os preços por categoria em Porto Alegre:

  • Preço médio - R$ 36,12
  • Comercial (prato feito) - R$ 28,23
  • Autosserviço (bufê) - R$ 34,44
  • Executivo - R$ 57,20
  • À la carte - R$ 66,42

A pesquisa retrata os preços médios da refeição nas cinco regiões brasileiras. A região mais cara é a Sudeste, e a mais barata é a Centro-Oeste. 

Veja as médias por região:

  • Brasil - R$ 40,64
  • Sudeste - R$ 42,83
  • Nordeste - R$ 40,28
  • Sul - R$ 36,97
  • Norte - R$ 36,14
  • Centro-Oeste - R$ 34,20

Veja o comparativo por capitais:

  • São Luís - R$ 51,91
  • Rio de Janeiro - R$ 47,09
  • Florianópolis - R$ 46,75
  • Aracaju - R$ 46,11
  • Natal - R$ 44,78
  • São Paulo - R$ 43,27
  • João Pessoa - R$ 42,76
  • Salvador - R$ 42,19
  • Recife - R$ 42,04
  • Belém - R$ 41,04
  • Vitória - R$ 39,66
  • Campo Grande - R$ 39,22
  • Curitiba - R$ 38,38
  • Belo Horizonte - R$ 36,83
  • Cuiabá - R$ 36,61
  • Palmas - R$ 36,61
  • Porto Alegre - R$ 36,12
  • Teresina - R$ 34,92
  • Maceió - R$ 34,76
  • Brasília - R$ 33,37
  • Manaus - R$ 31,91
  • Fortaleza - R$ 29,65
  • Goiânia - R$ 27,94

O estudo foi realizado pelo Mosaiclab, empresa de pesquisa que faz parte do grupo Gouvêa Ecosystem, para a ABBT.


MAIS SOBRE

Últimas Notícias