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Entre as capitais

Cesta básica de Porto Alegre é a segunda mais cara do país em agosto, aponta Dieese

Na comparação com julho, houve queda dos preços. Consumidor precisa desembolsar R$ 748,06 para comprar todos os produtos alimentícios básicos

06/09/2022 - 21h33min


Laura Becker
Laura Becker
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André Ávila / Agencia RBS
Enquanto a batata apresentou a maior queda no preço em agosto, o tomate esteve entre os alimentos em alta

Levantamento divulgado nesta terça-feira (6) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) coloca a cesta básica de Porto Alegre como a segunda mais cara do país no mês de agosto. Para comprar todos os 13 itens que compõem a cesta básica, o morador da Capital gaúcha precisou desembolsar R$ 748,06.

Entre as capitais brasileiras, Porto Alegre só fica atrás de São Paulo no custo dos produtos, onde o valor da cesta básica foi de R$ 749,78. A terceira colocação ficou com Florianópolis, com a cesta custando R$ 746,21.

Conforme o Dieese, na análise mensal, o valor do conjunto de bens alimentícios básicos registrou queda de 0,63%. Dos 13 produtos que compõem a cesta básica, sete ficaram mais baratos no mês de agosto – destaque para a batata, com queda de 18,65%, e o leite, que custou 4,97% menos.

Por outro lado, cinco itens ficaram mais caros – a manteiga (+6,99%), o tomate (+2,56%), a farinha de trigo (+1,39%), o arroz (+1,11%) e a carne (+0,34%). A banana foi o único item cujo preço ficou estável.

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— Na média, houve redução do custo da cesta. Mas, olhando os produtos com mais atenção, o recuo não foi generalizado, ficando mais nos produtos in natura e semi-industrializados— ressalta a economista-chefe do Dieese/RS, Daniela Sandi.

Ainda segundo o Dieese, apesar da redução verificada em agosto, a cesta básica de Porto Alegre acumula alta de 9,54% no ano – quase o dobro da inflação registrada neste mesmo período (4,98%). Já no comparativo com agosto de 2021, a alta é ainda maior, chegando a 12,55%.

Comprometimento do salário

O levantamento do Dieese também apontou o quanto o gasto com a compra da cesta básica compromete o salário do trabalhador.

No mês de agosto, quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5%, referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, 58,54% do rendimento para adquirir os produtos.

O índice é um pouco menor do que em julho, quando o trabalhador precisou usar 59,27% do salário. No entanto, o Dieese ressalta que 2022 é o ano em que há o maior comprometimento do salário mínimo com a cesta básica dos últimos 17 anos.

O Departamento ainda estimou qual deveria ser o valor do salário mínimo para a manutenção de uma família de quatro pessoas no mês de agosto. Segundo o Dieese, a quantia deveria ter sido de R$ 6.298,91, ou 5,20 vezes o mínimo de R$ 1.212,00.


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