Seu Problema É Nosso
Em Canoas, paciente espera há seis anos por cirurgia
Marcelle de Oliveira Giembra descobriu um nódulo na tireoide em 2012 e espera por uma operação para retirada dele desde 2016
O desconforto se tornou uma rotina para a vendedora autônoma Marcelle de Oliveira Giembra, 31 anos. Atualmente, morando no bairro São José, em Canoas, há mais de nove anos ela convive com um nódulo benigno na tireoide e, desde 2016, aguarda por uma cirurgia para retirá-lo.
– Já cobrei o Hospital Universitário e a Secretaria (Municipal) de Saúde. Em duas vezes, eles não tinham mais nem os meus dados lá. Tive que levar tudo de novo. Já tentei até ajuda de vereadores e do Ministério Público, mas nada adiantou – relata.
O problema faz crescer cada vez mais uma protuberância no lado esquerdo do pescoço de Marcelle. E, entre outros sintomas, causa dificuldades para respirar e para dormir.
Biópsia
Foi em 2012 que a vendedora descobriu o problema, após sentir uma espécie de caroço no pescoço e fazer alguns exames. Ela explica que, apesar disso, demorou quatro anos para que conseguisse, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), uma biópsia. À época, o resultado trouxe algum alento e mostrou que o nódulo era benigno.
Ainda assim, devido ao tamanho, os médicos a alertaram de que a cirurgia era necessária. Do contrário, o nódulo seguiria crescendo. E foi o que aconteceu nos anos seguintes.
– Está bem grande agora. Mas, na última consulta que tive no Hospital Universitário, em agosto, o médico disse que não tem como me atender. E o que me falam sempre é que tenho que aguardar, porque a prioridade é dos casos malignos – pontua.
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Medo
Além do desconforto, ela lida também com mais preocupações. Uma é o alerta que Marcelle conta ter recebido da médica que a acompanha no posto de saúde do bairro Niterói, onde a vendedora residia e consulta desde que descobriu o nódulo.
– A doutora me disse que, se ele continuar evoluindo, pode se tornar maligno – frisa.
Outro motivo de inquietação são dois novos nódulos que surgiram, dessa vez no lado direito do pescoço da paciente. Eles foram descobertos após uma ecografia, feita antes da última consulta de Marcelle.
– Desses, eu ainda nem fiz biópsias, e a médica me disse que nem vale a pena fazer. Me encaminhou, de novo, com urgência para fazer a cirurgia. Só que nem assim adiantou.
Procurada pela reportagem do Diário Gaúcho, a prefeitura de Canoas optou por não se manifestar sobre o caso.
Produção: Guilherme Jacques