Seu Problema é Nosso
Em Viamão, morador paraplégico pede ajuda para conseguir um triciclo motorizado
Tcharles Radetzki, 30 anos, teria locomoção facilitada com o equipamento
Para conseguir sair de casa com mais facilidade, o vendedor autônomo Tcharles Radetzki, 30 anos, precisa de uma espécie de cadeira de rodas motorizada. E, para isso, pede ajuda. Residindo no bairro Jardim Viamar, em Viamão, ele calcula que ainda sejam necessários R$ 2 mil para obter o equipamento.
– Minha casa fica entre duas lombas, e eu moro sozinho. Todos os dias para ir trabalhar, preciso subir. Então, ou peço ajuda dos meus vizinhos, ou preciso chamar um carro (de aplicativo) – diz.
Dificuldades
Paraplégico, Tcharles tem outra dificuldade: a rua em que ele reside é composta por paralelepípedos. Desse modo, vencer os 200 metros de subida ao sair de casa, com uma cadeira tradicional, se torna quase impossível. E também perigoso.
– Há mais ou menos um mês, eu caí, fraturei o fêmur. E ainda caí de novo há poucos dias, só que da cadeira de banho, dentro de casa – conta.
Os acidentes, segundo o vendedor, tornaram necessária a realização de uma cirurgia. Ela foi marcada inicialmente para a data de hoje pelo Hospital Viamão, mas acabou adiada, segundo Tcharles, sem uma nova previsão de prazo. Questionada, na semana passada, sobre o procedimento, a instituição respondeu nesta segunda-feira que a cirurgia está mantida para hoje. Após o questionamento da reportagem, o paciente recebeu uma mensagem do hospital, confirmando a data da operação.
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Pedido negado
Questionado sobre a possibilidade de obter uma cadeira de rodas motorizada junto ao Sistema Único de Saúde (SUS), Tcharles diz que tentou. E conta que chegou a ser encaminhado para a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), que poderia ajudá-lo, mas teve o pedido recusado:
– Eles me disseram que não teria direito porque tenho movimento nos braços. Até me alertaram que, se eu entrasse na Justiça, poderia conseguir, mas levaria anos.
Adaptação
Ainda que recebesse de alguma instituição, Tcharles explica que uma cadeira motorizada padrão não seria viável. Isso porque ela também não venceria a elevação da rua.
A ideia do vendedor, então, é construir um triciclo – semelhante aos usados nos supermercados por pessoas com dificuldades de locomoção. O projeto seria feito por um amigo de Tcharles.
– Já consegui comprar o motor. Só que ainda preciso das outras peças e pagar a mão de obra. Preciso de mais ou menos R$ 2 mil – esclarece.
Novo, um veículo assim custaria mais de R$ 5 mil, motivo pelo qual ele decidiu improvisar.
– Não teria como pagar. Então, fui falar com os amigos. Até porque assim ficaria do jeito que eu preciso – justifica.
Se puder apoiar
/// Tcharles recebe doações pelo Pix 51981444271.
Produção: Guilherme Jacques