Papo Reto
Manoel Soares: "Silêncio barulhento"
Colunista escreve para o Diário Gaúcho aos sábados
O racismo silencioso é o que mais grita na vida de quem é negro. Ele é uma forma de discriminação que ocorre de maneira sorrateira e, muitas vezes, imperceptível. No Brasil, essa prática é bastante comum, mas que como espinhos na pele machucam cada vez que nos mexemos.
O racismo silencioso se manifesta em situações cotidianas, como a recusa de um emprego ou a negação de atendimento em estabelecimentos comerciais, sem que haja uma justificativa clara para isso. Além disso, ele também pode ser observado em piadas e comentários preconceituosos, que muitas vezes passam despercebidos e são considerados normais pela sociedade.
Outro exemplo de racismo silencioso é a falta de representatividade da população negra nos meios de comunicação e na política e, às vezes, o corpo negro ali é obrigado a ser de enfeite. A ausência de pessoas negras em cargos de destaque faz com que a estrutura não mude. Quando falamos de falta de diversidade em programas de televisão, por exemplo, reforçam estereótipos e preconceitos, pois não tem quem diga que a forma como a novela ou reportagem foi feita é racista.
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O racismo silencioso é uma forma de violência que afeta a autoestima e o bem-estar da população negra. Ele contribui para a perpetuação de desigualdades sociais e econômicas, o que torna ainda mais difícil a luta contra o racismo no país.
Para combater o racismo silencioso é preciso estar atento aos comportamentos e atitudes que reforçam esse tipo de discriminação. É importante valorizar a diversidade e promover a inclusão, dando espaço e voz para a população negra em todos os setores da sociedade. Além disso, é fundamental educar a sociedade sobre a importância do respeito às diferenças e combater o preconceito em todas as suas formas.