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Prefeitura lança leilão de terrenos no Parque Industrial da Restinga e busca mudar perfil de negócios na região

Serão ofertados 50 lotes, com expectativa de arrecadação de R$ 13 milhões

05/06/2023 - 22h09min

Atualizada em: 06/06/2023 - 06h13min


Roger Silva
Roger Silva
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Ivo Gonçalves / Arquivo PMPA
Serão 50 terrenos oferecidos em pregão eletrônico, e os resultados serão conhecidos a partir das 9h de 30 de junho

O terceiro leilão de imóveis da prefeitura de Porto Alegre pretende dar novo impulso à área projetada como Parque Industrial da Restinga (PIR), na Zona Sul. Com o edital publicado nesta segunda-feira (5), o Executivo municipal responde a uma demanda dos próprios empresários do bairro, que pedem mais espaços e investimentos na região.

Serão 50 terrenos oferecidos em pregão eletrônico, e os resultados serão conhecidos a partir das 9h de 30 de junho. Nessa data, será revelado quem manifestou interesse por meio do portal digital de compras da prefeitura e, caso haja mais de um interessado pelo mesmo terreno, a concorrência é aberta para que o maior lance seja o vencedor.

+ VEJA O EDITAL DO LEILÃO

O número de lotes ofertados é mais do que o triplo do que foi vendido no segundo certame, realizado no final de abril, quando foram negociadas 15 áreas no complexo do Porto Seco, na Zona Norte.

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Diferentemente do que ocorreu no leilão anterior, focado em empresas de logística, no processo lançado nesta segunda-feira não há restrição quanto ao ramo de atuação das empresas participantes. Os imóveis são menores em área e valor, mas enormes em possibilidades, garante a Associação do Comércio e Indústria da Restinga (Acir).

— O leilão vai dar recurso para a prefeitura, e vamos qualificar a região, atacando problemas como a falta de emprego e o fluxo problemático de automóveis saindo da Zona Sul para as outras regiões da cidade. Nosso movimento econômico quer mostrar que aqui há prosperidade e oportunidade — diz a presidente da associação, Aline Colombo.

Além dos 32 negócios já instalados no PIR, novos empreendedores de diferentes setores de comércio e serviço poderão participar do pregão. A ideia é diversificar a matriz de negócios do parque, atualmente centrada na indústria.

Em 2021, a Acir e a prefeitura acertaram termos para avançar nesta direção de ocupação e qualificação da área. A aproximação resultou na Lei Complementar 002/22, que trata sobre as condições de venda e aproveitamento dos imóveis, aprovada pela Câmara de Vereadores.

O leilão é organizado pela Secretaria Municipal de Administração e Patrimônio (Smap), que projeta arrecadar R$ 13 milhões com a venda dos terrenos. As áreas variam de 2 mil a 7,5 mil metros quadrados, com lances iniciais que vão dos R$ 166 mil aos R$ 1,3 milhão.

— A área é do município, e faz anos que pensamos no parque industrial ali. Até 2021, quando a lei foi pensada, os terrenos eram exclusivamente para indústria. O interesse do mercado e o desenvolvimento em regiões vizinhas fizeram a gente olhar de outra maneira. Ouvimos de empresários da região que não há mais para onde crescer. As áreas são boas para quem quiser instalar galpões, centros de logística e distribuição — avalia o titular da Smap, André Barbosa.

Os valores que serão arrecadados serão injetados no Fundo Municipal para Restauração, Reforma e Manutenção do Patrimônio Imobiliário do Município de Porto Alegre (Funpat), onde já está o montante resultante dos leilões anteriores. Os recursos alocados neste fundo se prestam a reformas e obras gerais em prédios do Executivo municipal, tais como a pintura e o restauro no segundo piso do Mercado Público e a transformação do Paço Municipal em museu de arte.

Na terça (6), a prefeitura e a Acir farão um encontro na Restinga para conversar sobre o leilão e as oportunidades com os empresários locais. O Executivo destaca a possibilidade de pagamentos ao se adquirir um dos lotes, com parcelamento em até 120 meses.

— É um momento histórico para nossa região, queremos trazer opções de emprego para as pessoas daqui trabalharem aqui. Temos tanta coisa boa na Zona Sul, é preciso aproveitar isso para a economia. Estamos longe do centro da Capital, precisamos estar perto das pessoas. Queremos gerar trabalho — celebra Aline.

O parque industrial

Na visão de Aline, as administrações anteriores não tinham a mentalidade necessária para desenvolver o Parque Industrial da Restinga, criado ainda na década de 1980. Ela cita dificuldades legais em editais e pouca atratividade para os empreendedores investirem no local.

— Dos 88 hectares que estavam destinados ao PIR, tamanha burocracia que era na época para instalar uma empresa, poucas pessoas, apenas 32 empresas se instalaram lá. Depois não houve mais interesse da prefeitura de trazer interesse, os editais foram ficando ainda mais complexos — relata.

Até 2005, eram três empresas e uma incubadora instaladas no espaço. Em 2010, o número subiu para 27 empresas.


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